BSCA critica decisão dos EUA e cobra avanço para salvar exportações de café

Tarifa dos EUA sobre cafés especiais penaliza o Brasil, derrubando exportações em 55%. BSCA exige negociação urgente para reverter o cenário e salvar o setor.

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Foto: Pixabay.

A Associação Brasileira de Cafés Especiais (BSCA) expressou apreensão após a recente ordem executiva emitida pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, na sexta-feira (14). Esta determinação, que visa ajustar o “escopo de aplicação da tarifa recíproca” em produtos agrícolas, **não aboliu completamente a taxação de 50% imposta aos cafés brasileiros**, com particular impacto sobre os **cafés especiais** destinados ao mercado americano.

A Casa Branca removeu a tarifa recíproca de 10% sobre o café nacional, **porém manteve os 40% adicionais definidos em agosto**, os quais continuam a afetar o comércio entre as duas nações. Para a BSCA, a persistência dessa alta tarifa **intensifica distorções, diminui a competitividade e agrava os prejuízos para os produtores brasileiros**.

Os efeitos já são visíveis nos dados. **No período de agosto a outubro, quando a tarifa adicional esteve em vigor, as exportações de cafés especiais para os EUA sofreram uma queda de aproximadamente 55%**. Os embarques recuaram de 412 mil sacas de 60 kg no ano anterior para apenas 190 mil sacas neste ano. Os Estados Unidos representam o principal mercado para este tipo de café produzido no Brasil, o que gera um alerta significativo para todo o segmento.

Diante deste quadro, a BSCA enfatiza a urgência de **intensificar as negociações bilaterais** entre Brasil e EUA para sanar as distorções comerciais e restaurar o fluxo usual das exportações “o quanto antes”. A entidade destaca a criticidade da questão, visto que a manutenção das tarifas pode comprometer ainda mais a presença do café brasileiro — especialmente o de alta qualidade — no mercado americano.

Fonte: Canal Rural.