
Foto: COP30
O Brasil deve ser o primeiro país a adotar o Mapa do Caminho, afirmou nesta segunda-feira o professor Aldo Fornazieri, diretor acadêmico da Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo (Fespsp).
O Mapa do Caminho, um roteiro para o afastamento dos combustíveis fósseis — principais emissores de gases de efeito estufa e responsáveis pelo aquecimento global — foi proposto pelo Brasil na COP30, mas não integrou o documento final do encontro, uma vez que não obteve unanimidade entre os participantes. Apesar disso, a proposta contou com o apoio de mais de 80 países.
“Nós temos o dever agora, já que o [presidente] Lula lançou essa ideia boa, de cobrar que o Brasil seja o primeiro a traçar o Mapa do Caminho aqui. Quer dizer, não é o fato de a ONU não ter abraçado essa ideia de forma decisiva que o governo deve se eximir. Se o presidente lançou a ideia, então o Brasil é obrigado a construir o mapa do caminho”, afirmou.
“Para que o Brasil seja líder nessa questão, e ele tem legitimidade para isso, é preciso dar o exemplo e assumir essa responsabilidade”, acrescentou o professor durante o evento Pós-COP30 “O Brasil Diante das Transformações Globais”, realizado na sede da FESPSP, em São Paulo.
Durante a COP30, a ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, destacou que, mesmo não tendo sido aprovado, o Mapa do Caminho não foi descartado. Pelo contrário, continuará sendo objeto de discussão entre os países nos próximos meses. O Brasil permanece na presidência da COP até novembro de 2026.
“O Mapa do Caminho já não é mais uma proposta apenas apresentada pelo Brasil, pelo presidente Lula, mas por dezenas de países e por milhares de pessoas ao redor do mundo, chancelada pela comunidade científica”, afirmou Marina.
Ela ressaltou que cada país deve desenvolver seu próprio Mapa do Caminho. “Um país rico, acredito, já possui suas trajetórias bem planejadas. Agora, países em desenvolvimento, pobres, dependentes de petróleo em suas economias, ainda não têm essas trajetórias. Por isso, o esforço que será feito é muito importante.”
Fonte: Agência Brasil








