
O conceito de “lavoura de carne” surge como uma abordagem inovadora para intensificar a produção de carne em uma mesma área, evitando a abertura de novas fronteiras e promovendo o manejo sustentável. Este modelo, que integra práticas de agricultura e pecuária, está ganhando adeptos entre pecuaristas em todo o Brasil, com o objetivo de aumentar a rentabilidade e otimizar o uso da terra.
No Rio Grande do Sul, propriedades que adotam este sistema apresentam resultados notáveis, alcançando até 980 kg de carne por hectare, um índice significativamente superior à média nacional.
A fazenda dos pecuaristas Davi Farina e Maria Eduarda Farina, localizada em Lavras do Sul, no Rio Grande do Sul, é um exemplo prático e bem-sucedido da aplicação do conceito.
A propriedade, com uma área total de 1.300 hectares, sendo parte arrendada para atividades de lavoura, tem no foco a pecuária de alta precisão. Com 40 hectares dedicados à pecuária, divididos em piquetes de 13 hectares cada, a operação segue um sistema rotacionado. As pastagens são mantidas produtivas ao longo do ano, utilizando espécies adaptadas às diferentes estações, como azevém, trevo, cornichão e capim-sudão.
Os animais são transferidos para novos piquetes a cada três a quatro dias, com uma lotação média de quatro cabeças por hectare. Em um período de 120 dias, os animais atingem 540 kg, demonstrando o expressivo potencial produtivo do modelo. “É surpreendente como o pasto se recupera e como os animais se adaptam. No primeiro momento, os animais não entendem o que está acontecendo, mas depois já ficam na porteira esperando o próximo piquete”, relata Maria Eduarda Farina.
O Desenvolvimento do Sistema
Desenvolvido com o suporte de consultoria especializada, o sistema de “lavoura de carne” está sendo disseminado em diversas propriedades pelo país. A iniciativa propõe incorporar à pecuária os princípios de planejamento, gestão de processos e equipes, uso racional de insumos e investimentos em tecnologia.
Ganhos Expressivos
Embora os resultados possam variar conforme a região, raça, características do solo e nível de manejo, os ganhos obtidos com a “lavoura de carne” já se mostram consideravelmente superiores aos da pecuária tradicional. Na fazenda da família Farina, em um ciclo de 396 dias, a propriedade abrigou 645 animais, resultando em uma produção total de quase 40 toneladas de carne e um ganho médio diário de 2,4 kg por hectare.
Além do aumento expressivo na produtividade, o sistema oferece a possibilidade de mensurar o sequestro de carbono, agregando um valor ambiental significativo ao produto final.
Para Maria Eduarda Farina, a chave do sucesso reside na disposição para investir. “Os números são maravilhosos, mas exigem investimento. Em nenhum momento pensamos em não investir. Desde a adubação,
Fonte: Canal Rural.








