Soja tem destaque positivo

FAESP: estimativa da safra paulista de grãos 2022/23 é mantida em 10 milhões de toneladas, alta de 2,5%

Soja é destaque positivo novamente, com previsão de aumento de 7,6% sobre o ciclo anterior, sobretudo com a expansão em áreas de pastagem

A quarta estimativa da safra paulista de grãos 2022/23 é mantida em 10,03 milhões de toneladas, indicando um aumento de 2,5% sobre os resultados do ciclo anterior. Os dados são do relatório elaborado pelo Departamento Econômico da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de São Paulo (FAESP), com números da Companhia Nacional de Abastecimento (CONAB). Conforme o levantamento, publicado em janeiro de 2023, a área plantada com grãos neste ciclo é estimada em 2,5 milhões de hectares, uma expansão de 0,8%. Para a produtividade, é esperado um ganho de 1,7%, atingindo 4.012 kg/ha.

“Os dados divulgados pela FAESP mostram que a agricultura paulista está respondendo aos desafios e continua crescendo, não apenas nos resultados gerais, mas também em produtividade”, afirma o presidente da FAESP, Fábio de Salles Meirelles.

A soja se mantém como o principal destaque positivo, sobretudo em razão da expansão dessa cultura no estado sobre áreas de pastagem, mas também da substituição do cultivo de cana-de-açúcar. A expectativa é de que sejam colhidas 4,5 milhões de toneladas, volume 7,6% superior ao de 2021/22. A área plantada com a oleaginosa é estimada em 1,27 milhão de hectares (+4,6%) e a produtividade em 3.536 kg/ha (+2,9%).

O levantamento também destaca os resultados da primeira safra de milho, com queda de 28,5% no volume produzido em comparação com a safra anterior. Em termos de desenvolvimento vegetativo, o milho responde à normalidade, com pequena redução no rendimento (-2,65%). Contudo, houve perda de 26,5% em área, atualmente projetada em 246,3 mil hectares, o que explica a queda nas projeções de colheita.

Já o milho safrinha sinaliza recuperação com produção de 2,77 milhões de toneladas. O incremento de 18,6% no volume é justificado pelas estimativas de ganho de 8,3% na área plantada, avaliada em 582,7 mil hectares, e de 9,5% na produtividade, projetada em 4.751 kg/ha. Com esses resultados, a produção total de milho no estado, consideradas as duas safras, é de 4,2 milhões de toneladas ou 3,1% inferior à de 2021/22

Houve mudança nas projeções para o feijão, que no consolidado das três safras indicam um total de 167,6 mil toneladas, assinalando queda de 9,4% ante os resultados do ciclo passado. A primeira safra deve ser 26,5% menor (84,4 mil toneladas), enquanto a segunda e a terceira safras registram ganhos de 4,6% e 31,1%, respectivamente (produções estimadas de 33,9 mil toneladas e 49,3 mil toneladas, nessa ordem).

A queda nas estimativas para a primeira safra de feijão decorre principalmente da revisão da área plantada, que foi ajustada por conta do enquadramento de algumas lavouras em calendário de terceira safra. Assim, a área de primeira safra é avaliada em 34,1 mil hectares (queda de 32,3%) e a de terceira safra, em 20 mil hectares (alta de 31,6%).

Brasil

Em relação ao Brasil, o quarto levantamento para a safra brasileira 2022/23 prevê uma produção de 310,95 milhões de toneladas de grãos, um aumento de 14,5% ou 39,3 milhões de toneladas em comparação ao ciclo anterior. Para a área plantada, é projetada uma expansão de 3,4% neste ciclo, atingindo 77,1 milhões de hectares cultivados com grãos, enquanto para a produtividade, avaliada em 4.035 kg/ha, é previsto um crescimento de 10,7%.

 

O início da semeadura dos cultivos de verão sofreu atraso em razão do excesso de chuvas e das baixas temperaturas no Sul e Sudeste, bem como da baixa umidade do solo no Centro-Oeste e Matopiba. Apesar disso, o calendário agrícola não foi prejudicado e as boas expectativas para a safra 2022/23 estão mantidas.

Os destaques desta temporada são para algodão, arroz, milho, soja e trigo. Conforme a estimativa, todos esses produtos devem registrar aumento significativo no volume produzido, exceto o arroz, cuja produção é avaliada em 10,36 milhões de toneladas, 4% ou 432,4 mil toneladas inferior à do ciclo passado.

FONTE: Conab (2022). Elaboração: FAESP/Departamento Econômico