O Piauí está entre os dez estados brasileiros considerados polos de hidrogênio verde. O combustível é obtido a partir de energias renováveis, fontes em que o Piauí é um grande produtor. O estado tem grande potencial para a produção de hidrogênio verde (H2V), que vem sendo visto como o combustível do futuro.
Algumas iniciativas para a produção de hidrogênio foram iniciadas em 2021. A Nexway, empresa de eficiência energética do Comerc, e a Casa dos Ventos, dona de usinas de energia renovável no Piauí, anunciaram uma parceria. Os projetos ainda estão em estudo e contemplam também os estados da Bahia, Ceará e Pernambuco.
Segundo o CEO de Newway, Marcel Haratz, o especialista em energia afirmou, em entrevista à agência de notícias EPBR, que os custos dos projetos são bilionários. “Nos quatro estados que estamos estudando, os projetos são para exportação. São projetos de 4 bilhões de dólares cada, até 2030″, disse Marcel. O projeto da Nexway e Casa dos Ventos prevê a geração de 250 kilowatts de hidrogênio para movimentar 2 ônibus no Piauí.
Mas, afinal, o que é o hidrogênio verde?
Em nosso planeta, o hidrogênio é o elemento químico mais abundante. Ele só existe a partir de sua combinação com outros elementos, como água, oxigênio e carbono. O hidrogênio é usado para produzir gás, carvão e petróleo.
Para que o hidrogênio seja produzido como combustível, é necessário usar uma grande quantidade de energia. Quando a produção desse gás é proveniente de energias renováveis e não prejudiciais ao meio ambiente, como eólica, fotovoltaica e hidrelétrica, chamamos de hidrogênio verde.
“Chamamos de verde porque ele vem de fontes renováveis, o que contribui para a descanonização do meio ambiente. O hidrogênio verde é extraído da água a partir da divisão da molécula de água e da molécula de carbono”, disse o engenheiro.
O custo do hidrogênio produzido a partir de combustíveis fósseis é de aproximadamente US$ 1,4 por quilo. A produzida a partir da eletrólise custa entre US$ 5 e US$ 7 o quilo. Segundo estimativas das Nações Unidas, o H2V deve movimentar US$ 2,5 trilhões por ano em duas décadas.
“O hidrogênio verde pode ser mais caro na sua exploração, mas é mais fácil de ser armazenado e transportado, pois depois que é extraído, pode ser facilmente comprimido. Além disso, ele tem uma grande potência e é mais eficiente, conseguimos utilizá-lo em maior escala para diferentes fins. Dessa forma, acaba se gastando menos hidrogênio verde do que se fossemos utilizar outros tipos de combustíveis”, diz José William Trindade.
O Piauí tem mais de 80 projetos de energia eólica e investimentos que ultrapassam R$ 18 bilhões. O estado pode se tornar um produtor de H2V no futuro. O Brasil, por sua vez, é reconhecido internacionalmente pelo potencial de produção e exportação desse produto. Também é reconhecida por seu potencial de exportação.
“Há uns 10 anos não se pensava nisso, mas hoje é uma realidade que está cada vez mais próxima, pois os estudos evoluíram e os pesquisadores estão começando a observar que o hidrogênio verde é o futuro, porque une o útil ao agradável: ele traz uma maior qualidade ambiental e tem mais resultado de energia gerada”, conclui o engenheiro.