A seca histórica que devastou a safra de soja 2022/23 na Argentina pode levar o país vizinho a importar até 10 milhões de toneladas da oleaginosa, o dobro do volume adquirido em anos anteriores. Analistas apontam que o Brasil deverá fornecer até metade da soja que a Argentina importará para manter operações de seu parque industrial em atividade.
Diante da safra recorde no Brasil, a exportação de soja para a Argentina poderia ser aumentada em pelo menos dez vezes, de acordo com Sol Arcidiacono, head de Grãos Latam da hEDGEpoint Global Markets. A oferta de farelo de soja argentino é difícil de substituir e pode impulsionar ainda mais as importações.
Além disso, a comercialização por parte dos agricultores argentinos é a mais baixa em 20 anos, o que também impulsiona as importações para níveis recordes nesta temporada.
O Brasil poderá exportar 5 milhões de toneladas de soja para a Argentina, ou mais, principalmente se a China, maior compradora do grão brasileiro, vier com menor apetite.
O Paraguai também é um importante fornecedor de soja para a Argentina, mas possui limitações de oferta, visto que sua safra de soja está estimada em cerca de 8,8 milhões de toneladas. Bolívia e Uruguai também são opções de fornecedores, mesmo que em volumes menores.
Fonte: Reuters.