A energia do café transcende seu sabor e aroma. É um elixir que carrega consigo a dedicação e o esforço do produtor rural Vanildo Silva e de sua família, que vieram de Minas Gerais em busca de melhores condições de vida e a vontade de fazer seu destino acontecer em Colniza. Sempre atento às oportunidades que poderiam surgir, ele foi um dos primeiros produtores em todo o estado a ser atendido pelo Assistência Técnica e Gerencial (ATeG) do Senar-MT.
Vanildo, 37 anos, começou o cultivo de café em um terreno que pertencia ao seu irmão, até conquistar sua própria terra. Mesmo trabalhando no campo desde a infância, o produtor enfrentou muitas dificuldades e percebeu que precisava de mais conhecimento e capacitação.
“Comecei a trabalhar no campo com sete anos de idade, mexendo com o café e com 16 anos eu vim para Colniza. Em 2015 iniciamos a atividade, mas não tínhamos muita prática como produtores”, relatou.
Em 2021, ele ingressou no grupo de Cafeicultura da ATeG, e o principal desafio era adquirir conhecimento técnico, incluindo a seleção das mudas adequadas, análise de solo, controle de pragas, doenças e escolha dos produtos a serem utilizados. Além disso, o gerenciamento do negócio foi fundamental para controlar os gastos e aumentar a rentabilidade.
Crislaine Alves Ladeia, engenheira agrônoma que está concluindo o doutorado em agronomia com ênfase na produção de café pela Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (UESB), trabalha como técnica de campo credenciada há mais de um ano. Ela relata que o primeiro passo para auxiliar o produtor foi realizar o diagnóstico da propriedade, que na época ainda estava sob o terreno do irmão de Vanildo.
“Nesse diagnóstico pudemos definir as prioridades, e como ele já tinha a prática com o trabalho braçal, a prioridade foi que ele também tivesse o conhecimento técnico para que não tivesse prejuízos na lavoura por não saber qual o adubo correto para qual época ou qual produto usar para acabar com cada praga”, explicou a técnica de campo.
“Eu aprendi tudo sobre café com ela, desde o plantio inicial e o manejo da terra até a colheita”, conta Vanildo.
Após adquirir uma propriedade em 2022, o produtor aplicou todos os ensinamentos da ATeG, realizou análises de solo, obteve novas mudas o que possibilito a ampliação da área que seria destinada para o café.
Mesmo com os bons resultados no campo, algo inesperado aconteceu. Vanildo sofreu um acidente e, durante o período em que esteve hospitalizado e em recuperação, familiares e amigos se uniram para plantar as primeiras mudas de café.
“Muitas pessoas continuaram me ajudando a cuidar da plantação e só tenho a agradecer. Mesmo em tempos difíceis, é reconfortante saber que existem pessoas boas dispostas a nos ajudar”, agradece Vanildo.
Com capacitação, investimento e muita dedicação, o produtor possui atualmente 5 mil pés de café. Na última safra, a produtividade média foi de 38 sacas, mas no próximo ano a expectativa é aumentar para 50 sacas. Também planeja expandir os negócios, compartilhando conhecimento com as futuras gerações da família.
“Minha expectativa é alcançar pelo menos 8 mil pés de café, com a bênção de Deus e a orientação contínua da Assistência Técnica e Gerencial através da Crislaine. Estou muito feliz com a produção e, junto com minha esposa Eliane Ramos, esperamos que nossos filhos, Nádia e Thalisson, cresçam aprendendo no campo”, projeta o produtor.
Todas as ações da ATeG nas propriedades rurais são desenvolvidas em parceria com os 94 sindicatos distribuídos em Mato Grosso atuando em mais 12 cadeias produtivas além da Cafeicultura, são elas: Agroindústria, Apicultura, Avicultura, Bovinocultura de Corte e de Leite, Floricultura, Fruticultura, Grãos, Olericultura, Ovinocaprinocultura de Corte, Piscicultura e Cacauicultura. Os interessados devem entrar em contato com o Sindicato Rural da sua região.
Fonte: CNA