Durante a Fenicafé 2025, o engenheiro agrônomo Roberto Santinato avaliou a situação atual da cafeicultura no Brasil, destacando os efeitos severos das condições climáticas adversas. Segundo ele, a seca prolongada desde 2023 e a falta de recursos financeiros comprometem fortemente a produtividade nas lavouras.

As perdas são mais acentuadas em áreas de sequeiro e lavouras antigas, onde as quebras podem chegar a até 70% da produção estimada. Mesmo lavouras irrigadas sofrem com o estresse hídrico acumulado. Para Santinato, a previsão de 70 milhões de sacas na safra 2024/2025 está superestimada e não condiz com a realidade do campo.
Apesar dos preços elevados no mercado, poucos produtores conseguiram se beneficiar plenamente da valorização. A demanda por mudas aumentou, mas muitos plantios foram feitos sem o preparo necessário, gerando riscos, especialmente para pequenos cafeicultores. A falta de estrutura compromete a recuperação da produção nos próximos ciclos.
A expectativa de recuperação plena da cafeicultura foi adiada para 2027, com 2026 ainda refletindo os efeitos da seca e da falta de investimentos. O painel reforçou o alerta sobre os desafios da produção sustentável diante de um cenário climático instável e de um setor financeiramente fragilizado.