Pesquisas da Universidade Federal do Piauí (UFPI) vêm transformando a produção de feijão-fava, cultura importante para a agricultura familiar no estado. Com foco em melhoramento genético, os trabalhos desenvolvidos nos Laboratórios de Recursos Genéticos e Melhoramento de Plantas e de Sementes já possibilitaram a colheita em apenas 60 dias, enquanto o ciclo convencional pode durar até sete meses. O avanço representa mais segurança alimentar e renda para os pequenos produtores.
Sob coordenação das pesquisadoras Ângela Celis de Almeida Lopes e Regina Lucia Ferreira-Gomes, o melhoramento resulta do cruzamento entre variedades crioulas locais e material genético de outros países, como Estados Unidos e México. A equipe busca desenvolver plantas mais produtivas, com crescimento ereto e grãos de maior valor nutricional, o que também favorece sua inclusão em programas de merenda escolar.
Além do melhoramento genético, o Laboratório de Sementes, coordenado pelo professor Wilson Vicente Pereira, foca na qualidade e conservação das sementes. As pesquisas visam ampliar o tempo de armazenamento e a resistência das sementes a condições adversas, como clima instável e solo irregular. Segundo o professor, garantir sementes mais resistentes é essencial para ampliar a produtividade e enfrentar os desafios do campo.
O Piauí ocupa a quinta posição entre os maiores produtores de fava no Brasil, com mais de 660 toneladas colhidas em 2023, conforme o IBGE. Apesar do valor nutricional e econômico da leguminosa, a cultura ainda recebe pouca atenção. Com apoio de redes internacionais de pesquisa, a UFPI trabalha para fortalecer a cadeia produtiva da fava, promovendo inovação com foco na sustentabilidade e no fortalecimento da agricultura familiar.
