Clima

Produtores do RS pedem securitização da dívida após perdas climáticas sucessivas

A crise enfrentada pelos produtores rurais do Rio Grande do Sul foi tema de reunião no Ministério da Fazenda, em Brasília (DF), nesta semana. O encontro, liderado pelo secretário-executivo Guilherme Mello, discutiu alternativas para o endividamento do setor agropecuário gaúcho. O ministro Fernando Haddad não participou. O presidente da FecoAgro/RS, Paulo Pires, destacou que o …

A crise enfrentada pelos produtores rurais do Rio Grande do Sul foi tema de reunião no Ministério da Fazenda, em Brasília (DF), nesta semana. O encontro, liderado pelo secretário-executivo Guilherme Mello, discutiu alternativas para o endividamento do setor agropecuário gaúcho. O ministro Fernando Haddad não participou.

Reprodução / Freepik

O presidente da FecoAgro/RS, Paulo Pires, destacou que o Estado enfrenta quatro anos seguidos de eventos climáticos extremos: estiagens em 2022, 2023 e 2025, e excesso de chuvas em 2024. Segundo ele, a situação já extrapola o campo. “Hoje é uma crise gaúcha, da nossa economia”, afirmou.

Representantes políticos e de entidades ligadas ao agro cobraram providências do governo federal. A área técnica do ministério apresentou um diagnóstico preliminar da situação. Pires afirmou que o reconhecimento do estado de emergência em 312 municípios já justifica ações específicas.

A principal demanda é uma política de securitização das dívidas. “Sem isso, o produtor perde a capacidade de plantio e de produção”, disse Pires. Ele lembrou que a última medida semelhante, há 25 anos, foi decisiva para o salto da produção de grãos no país.

O dirigente alertou ainda para os impactos das mudanças climáticas sobre o setor. “Vejam a chuva de granizo em Vacaria: algo totalmente anormal”, pontuou. Técnicos da FecoAgro e de ministérios buscam soluções conjuntas, mas, segundo Pires, há frustração com a falta de respostas efetivas.

A FecoAgro defende também a criação de programas de crédito e incentivo à mudança de atividade produtiva em regiões mais vulneráveis. “A crise atinge cooperativas, empresas e bancos, e exige medidas urgentes”, concluiu.