As exportações de ovos de galinha de Minas Gerais cresceram expressivamente em março, impulsionadas pelo surto de Influenza Aviária nos Estados Unidos, segundo balanço da Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa). A doença forçou o abate de aves no país norte-americano, abrindo uma janela de oportunidade para os produtores brasileiros, com destaque para os mineiros.

“A demanda americana beneficia o Brasil como um todo, mas Minas Gerais tem vantagens competitivas importantes”, afirma Manoela Oliveira, assessora técnica do Programa AgroExporta. Ela destaca os polos de Montes Claros, no Norte do estado, e do Sul de Minas, especialmente Pouso Alegre, que combinam boa logística, estrutura industrial e acesso a centros de pesquisa.
Com cerca de 21 milhões de galinhas poedeiras, Minas representa 8% do plantel nacional e responde por 7% da produção de ovos do país, o equivalente a 431 milhões de dúzias por ano. A cadeia produtiva é altamente tecnificada e conta com um sistema de defesa sanitária reconhecido, conduzido pelo Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA).
No primeiro trimestre de 2024, as exportações mineiras de ovos cresceram 266%, alcançando US$ 4 milhões em receita e 2 mil toneladas embarcadas. Para o próximo trimestre, a expectativa é dobrar esses números, com projeção de US$ 8 milhões e mais de 4 mil toneladas exportadas.
Segundo a Seapa, o aumento da exportação não compromete o abastecimento interno. Apenas 1% da produção estadual é destinada ao mercado externo, o que garante estabilidade para o consumo doméstico.