A Zona de Processamento de Exportação (ZPE) do Piauí, inaugurada em 2022, tem se consolidado como polo estratégico para o desenvolvimento econômico do estado. Em 2024, as exportações da ZPE deram um salto expressivo: 720 toneladas de cera de carnaúba foram comercializadas, crescimento de 3.500% em relação às 20 toneladas exportadas no ano anterior.

Segundo Álvaro Nolleto, presidente da ZPE Piauí, o desempenho marca o início de um ciclo positivo para a economia local. Seis empresas já tiveram projetos aprovados pelo Conselho Nacional das Zonas de Processamento de Exportação (CZPE), sendo que três iniciarão investimentos ainda este ano.
Um dos projetos é o da Moinho Piauí, que vai produzir fécula de mandioca com investimento de R$ 40 milhões. A operação deve começar em 18 meses, com expectativa de gerar 50 empregos diretos e mais de 500 indiretos, beneficiando agricultores familiares. Já o Grupo Arrey investirá R$ 10 milhões em uma fábrica de processamento de castanha de caju, com previsão de 150 empregos diretos, 90% deles ocupados por mulheres.
O maior investimento virá da espanhola Solatio, que pretende aplicar R$ 27 bilhões na produção de hidrogênio verde, com operação prevista entre o fim de 2028 e o início de 2029. O projeto pode gerar até 3.000 empregos diretos.
Embora as empresas da ZPE sejam isentas de impostos, o retorno à economia ocorre por meio da geração de empregos, incentivo à industrialização e dinamização da economia regional. Atualmente, duas empresas estão em operação: Agrocera (cera de carnaúba) e Ecopellets (madeira ecológica), além de startups do Tech Export Hub, somando mais de 200 empregos diretos.
A expectativa é que a ZPE siga o exemplo do Ceará, onde a instalação da ArcelorMittal em São Gonçalo do Amarante transformou a economia local. “Queremos atrair mais indústrias e impulsionar o desenvolvimento sustentável do estado”, afirma Nolleto.