Após uma colheita robusta em 2024, os exportadores dos Estados Unidos acumularam estoques significativos de milho, mas enfrentam dificuldades nas vendas de soja, trigo e outros produtos agrícolas para a próxima safra 2025-26.

Até o momento, as negociações seguem em ritmo lento, com volumes abaixo das médias históricas para este ponto do ano, reflexo da forte concorrência internacional e de incertezas geopolíticas que afetam as relações comerciais.As vendas de soja da nova safra somam cerca de 460 mil toneladas, o menor volume desde 2006, com nenhum carregamento destinado explicitamente à China.
No milho, as vendas para 2025-26 estão pouco abaixo de 2 milhões de toneladas, o segundo pior desempenho desde 2012, embora especialistas alertem que o volume ainda pode reagir, como ocorreu em anos anteriores. O cenário para o trigo também é cauteloso: apenas 1,45 milhão de toneladas foram negociadas, número entre os mais baixos dos últimos 12 anos.No setor do algodão, as vendas somam 1,1 milhão de fardos, o pior desempenho desde 2016, e com as exportações da safra atual já em baixa, o Departamento de Agricultura dos EUA ainda prevê recuperação em 2025-26.
O farelo de soja segue a mesma tendência de baixa, com 131 mil toneladas negociadas, uma das menores marcas desde 2009. Por outro lado, o óleo de soja se destaca positivamente: 11,8 mil toneladas já foram vendidas, um recorde para esta fase do ciclo, impulsionado pelos altos preços internacionais.
No caso do sorgo, altamente dependente das compras da China, as perspectivas são ainda mais limitadas. As vendas para 2025-26 praticamente não começaram, e o USDA já projeta exportações em mínimos de seis anos. Com os ciclos comerciais de cada produto iniciando entre junho e outubro, os próximos meses serão decisivos para reverter esse cenário e definir a competitividade dos grãos americanos no mercado global.