Embora a lógica de oferta e demanda ainda seja um dos pilares da precificação no mercado de feijão, os valores praticados entre produtores e empacotadores refletem uma dinâmica muito mais complexa. A formação de preços é influenciada por uma combinação de fatores objetivos e subjetivos, o que ajuda a explicar a forte volatilidade observada nos gráficos do setor.

Entre os fatores objetivos estão as diferenças na qualidade do produto, os custos logísticos e sazonais, as relações contratuais estabelecidas entre produtores e compradores, além de políticas públicas que impactam diretamente o setor. Assimetrias de informação, variações cambiais, poder de barganha de grandes agentes e as condições climáticas que afetam a produção também entram na equação.
Por outro lado, elementos subjetivos também exercem influência significativa. O sentimento de mercado, rumores e expectativas, o chamado “efeito manada” e o contágio de ideias por meio das redes sociais e veículos de comunicação contribuem para oscilações muitas vezes difíceis de prever.
Essa combinação de fatores torna o comportamento de preços do feijão particularmente volátil, sem seguir uma trajetória linear. As cotações podem variar de forma intensa em curtos períodos, exigindo atenção constante de produtores, empacotadores e analistas de mercado.
No atual cenário, na reta final de abril de 2025, os preços praticados têm confirmado as projeções de oferta e demanda divulgadas pelo Instituto Brasileiro do Feijão e Pulses (Ibrafe) ao Clube Premier no ano passado. Com os dados atualizados, já é possível começar a estimar com maior precisão as tendências de mercado para os próximos meses.