A produção brasileira de café na safra 2025/26 deve registrar queda entre 3% e 6,4% em relação ao ciclo anterior, segundo projeções divulgadas na ultima terça-feira (16/04) por bancos como Rabobank e Itaú BBA. A redução é atribuída à estiagem severa registrada entre fevereiro e março de 2024, que afetou especialmente o café arábica.

Após visitas às principais regiões produtoras, o Rabobank estimou a produção total em 62,8 milhões de sacas de 60 kg, uma retração de 6,4% frente à safra passada. A colheita de arábica deve cair 13,6%, para cerca de 38 milhões de sacas. Em contrapartida, a produção de robusta (conilon) deve crescer 7,3% e atingir um recorde de 24,7 milhões de sacas, com destaque para Espírito Santo e Bahia apesar de projeções mais conservadoras para Rondônia.
O banco ressaltou que a seca reduziu o pegamento da florada do arábica, sobretudo no Sul de Minas e Cerrado Mineiro, onde as chuvas ficaram abaixo da média no início do ano. O retorno das precipitações na segunda metade de março, porém, trouxe algum alívio para os cafezais.
Já o Itaú BBA manteve sua estimativa em 64,4 milhões de sacas, queda de 3% em relação ao dado do USDA. A previsão do banco é de retração de 10% na produção de arábica (40,9 milhões de sacas) e crescimento de 12% no robusta (23,5 milhões).
A colheita do conilon já teve início em áreas da cooperativa Cooabriel, no Espírito Santo e sul da Bahia, com foco nos clones de maturação precoce.
Apesar da previsão de chuvas para os próximos meses o que pode dificultar a colheita os analistas avaliam que o retorno da umidade será positivo para a próxima florada, evitando um novo ciclo de seca prolongada.