
A estratégia de empregar a raça Angus em matrizes Boran é um tema de grande interesse para o pecuarista Paulo Traven, residente em Juína, Mato Grosso.
Em entrevista ao programa Giro do Boi, o zootecnista Alexandre Zadra esclarece que, apesar da reconhecida adaptação da raça Boran ao ambiente, a introdução de uma raça europeia em cruzamento terminal exige planejamento minucioso, com ênfase na complementaridade de porte.
Confira:
O Boran é uma raça de origem africana, com características zebuínas e taurinas, reconhecida por sua excepcional resistência a parasitas e sua impressionante musculosidade. As matrizes Boran já consolidam uma base 100% tropical, com o criador já tendo obtido sucesso em um animal F1 tropical através do cruzamento inicial entre Nelore e Boran.
Zadra reforça que a utilização de um taurino como o Angus (ou outra raça europeia de menor porte) neste gado tropical meio-sangue resultará em 100% de heterose, ao mesmo tempo em que preserva o conforto térmico nas condições de Juína.
Complementariedade genética
Em vez de se concentrar exclusivamente no Angus, o especialista sugere que o produtor considere raças europeias de maior porte para assegurar uma complementaridade genética otimizada. O Boran é um animal de porte menor. Ao ser cruzado com um europeu de maior porte, o resultado são carcaças mais pesadas e um biotipo superior.
O criador garantirá a rusticidade para as condições de Juína, visto que o cruzamento Boran x Nelore já estabeleceu uma base totalmente tropical. Ao introduzir o Angus ou outra raça europeia, o animal resultante será um meio-sangue tropical com excelente adaptação, beneficiando-se da heterose e das qualidades de carne superiores do europeu.
O ponto crucial é selecionar a raça que maximize o peso final do animal, considerando a base de pequeno porte do Boran. Essa decisão estratégica pode impactar de forma substancial a qualidade da carne e o desempenho da pecuária na região.
Fonte: Canal Rural.








