Bioeconomia: mais da metade dos empresários a considera importante, aponta pesquisa

Mais da metade dos empresários reconhece a bioeconomia como vital para o futuro industrial. A sustentabilidade é vista como vetor de competitividade e inovação.

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Foto: Pixabay

Uma pesquisa realizada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), com a condução do Instituto Nexus, revela que 57% dos empresários consideram a bioeconomia um tema de grande relevância para o futuro da indústria. Deste total, 20% classificam o tema como de “total importância”, enquanto 37% o consideram “muito importante”. Adicionalmente, 20% dos empresários veem a bioeconomia como “mais ou menos importante”, e apenas 4% declaram não se importar com o assunto.

Analisando por região, observa-se que o Sudeste e o Sul concentram a maior proporção de empresários que atribuem total importância à bioeconomia para o futuro industrial, ambos com 22%. O Nordeste aparece em seguida, com 20%. Nas regiões Norte e Centro-Oeste, apenas 8% do empresariado manifestou dar total importância ao tema.

O levantamento da CNI indica que 89% dos empresários apoiam a exploração econômica e responsável dos recursos naturais do país. Desse grupo, 32% defendem a conservação da biodiversidade assegurando seu uso sustentável; 29% propõem que a biodiversidade integre os negócios, sempre de forma sustentável; e 28% acreditam que a biodiversidade deve compor as políticas de responsabilidade socioambiental das empresas.

Por outro lado, cerca de 5% dos empresários acreditam que a biodiversidade deve ser preservada integralmente, sem qualquer uso econômico-comercial. Outros 3% defendem que ela faça parte dos negócios sem maiores preocupações com a sustentabilidade.

“Os dados da pesquisa confirmam a visão que a indústria brasileira já coloca a sustentabilidade como um vetor de competitividade e inovação. A bioeconomia e o uso inteligente de nossa biodiversidade são grandes diferenciais no cenário global. Na COP30, vamos mostrar ao mundo que o Brasil tem as soluções para uma nova economia de baixo carbono, e a indústria é protagonista dessa transformação”, afirma o presidente da CNI, Ricardo Alban.

Principais investimentos em sustentabilidade ambiental

Quando indagados sobre o principal foco de investimento em sustentabilidade ambiental nas indústrias nos próximos dois anos, 33% dos empresários priorizaram o uso de fontes renováveis de energia. Em seguida, 28% apontaram a modernização de máquinas visando a melhoria de aspectos ambientais.

Já o foco em ações para reduzir a geração de resíduos sólidos foi citado por 23% dos empresários, enquanto 18% desejam priorizar ações para a otimização do consumo de energia.

Barreiras para implementação de ações

A pesquisa aponta que 42% dos empresários identificam a falta de incentivos governamentais como a principal barreira para a adoção de práticas de sustentabilidade no setor industrial. Em seguida, 35% mencionaram a ausência de uma cultura de sustentabilidade no mercado consumidor como um empecilho. Outros 29% acreditam que os custos adicionais representam a principal barreira.

De acordo com o estudo, os empresários também enfrentam desafios legais para a incorporação da biodiversidade em suas operações. Para 35% deles, o principal entrave jurídico reside na ausência de leis e normas claras sobre o acesso e o uso da biodiversidade. Em seguida, 33% apontam a falta de fiscalização adequada para coibir o uso ilegal de recursos genéticos e conhecimentos tradicionais, e outros 33% citam os obstáculos na implementação de mecanismos justos e equitativos para o compartilhamento de benefícios decorrentes do uso da biodiversidade.

Custo competitivo

Ao serem questionados de forma espontânea sobre os fatores que mais incentivam uma empresa a aumentar o uso de fontes renováveis, o custo mais competitivo (55%) emergiu como o principal motivador. Esse fator foi seguido por incentivos fiscais (10%) e pela redução na emissão de poluentes (8%).

Segundo o levantamento, as indústrias implementam, em média, seis iniciativas de sustentabilidade em suas linhas de produção. Entre as práticas mais adotadas destacam-se as ações para reduzir a geração de resíduos sólidos (90%), a otimização do consumo de energia (84%) e a modernização de maquinário para aprimoramentos ambientais (78%).

Para a realização desta pesquisa, o Instituto Nexus entrevistou, por telefone, 1004 executivos de empresas industriais de pequeno, médio e grande portes. A amostra incluiu 503 sócios/proprietários/executivos de indústrias pequenas e 501 de indústrias de médio e grande portes, distribuídos por todas as regiões do país.

Dentro de cada região, a amostra foi ajustada considerando o porte das empresas (pequenas, médias e grandes) e o setor de atividade econômica (CNAE).

As entrevistas foram conduzidas entre os dias 13 de agosto e 9 de setembro de 2025.

Fonte: Canal Rural.