Reforma de pastagem: como escolher o capim ideal para o período seco e garantir o lucro

Escolher o capim certo para a seca é crucial. A resistência à estiagem depende da forrageira, manejo e adubação, garantindo a rentabilidade da fazenda.

Reprodução/Giro do Boi.
Reprodução/Giro do Boi.

A reforma de pastagem em áreas degradadas é crucial para a sustentabilidade e a rentabilidade da fazenda. Essa estratégia exige a escolha de uma forrageira resistente à seca e, mais importante, que esteja alinhada à estratégia de intensificação e manejo da propriedade.

O pecuarista que busca uma variedade mais resistente para complementar o MG5 deve saber que muitas opções são viáveis.

Em entrevista ao programa Giro do Boi, o zootecnista Edmar Peluso, a decisão não deve se basear apenas na resistência à seca, mas sim no manejo e no nível de adubação que será aplicado.

Espécies como MG5, MG12, Mombaça, Massai, Marandu e Piatã são todas consideradas resistentes à estiagem. O MG5, por exemplo, é extremamente produtivo e oferece flexibilidade ao produtor que não puder adubar todos os anos. Já os pânicos (Mombaça e Massai) são mais vigorosos e respondem melhor à adubação, oferecendo uma capacidade de suporte superior.

Confira:

Escolha e manejo: resiliência da forrageira depende da estratégia

Apesar da resistência intrínseca das forrageiras, o zootecnista alerta que nenhuma espécie manterá a produção e o bom desempenho ao longo do inverno e da seca se o produtor negligenciar o manejo.

Para o sistema de alta intensificação, o foco deve ser nos pânicos (Mombaça e Massai). Eles têm um potencial mais vigoroso e robusto, com melhor resposta à adubação e maior capacidade de suporte. No entanto, são mais exigentes em fertilidade, tornando a adubação quase um custo fixo.

Já as braquiárias (Marandu e Piatã) possuem uma estrutura de folha e um hábito de crescimento que as tornam estruturalmente melhores para o gado comer em condição de seca ou geada, mantendo o bom desempenho.

Há também opções como a Estrela Roxa, considerada um “diamante escondido” em regiões como o noroeste do Paraná. É uma opção excelente de média e alta fertilidade, muito produtiva no outono e primavera, agressiva e rústica, mas exige atenção rigorosa ao controle de formiga e lagarta.

Otimizando o solo para garantir a resistência à estiagem

Para que a forrageira escolhida seja mais resiliente e suporte o período seco com menor perda de produtividade, é fundamental otimizar a estrutura do solo com algumas estratégias:

  • Calcário e fósforo: é essencial utilizar calcário na formação e incorporá-lo para que o cálcio desça e a raiz da planta possa se aprofundar. O fósforo solúvel é vital, pois potencializa o enraizamento da planta, fator-chave na busca por água em camadas mais profundas.
  • Matéria orgânica: é crucial trabalhar com adubações de manutenção e, preferencialmente, adubação orgânica. O solo com boa matéria orgânica tem a capacidade de segurar mais umidade, permitindo que a planta fique mais forte para lidar com as intempéries e a seca prolongada.

A estratégia ideal é clara: explorar bem a lotação nas águas e na primavera, mas ter uma estratégia de seca bem definida para reduzir a lotação no inverno e garantir a manutenção da forragem e da rentabilidade.

Fonte: Canal Rural.