São Paulo lidera o cultivo de alcachofra com 90% da produção nacional

São Paulo domina o cultivo de alcachofra, respondendo por 90% da produção nacional. Pesquisas e suporte técnico impulsionam a qualidade e produtividade desta hortaliça de alto valor.

alcachofra
Foto: Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo (SAA)

A cidade de Piedade, localizada no interior de São Paulo, é o epicentro da produção nacional de alcachofra, sendo responsável por aproximadamente 90% do suprimento do país. A colheita desta hortaliça ocorre antes que a flor se abra completamente, preservando o seu delicado coração. A alcachofra é um ingrediente valioso tanto na culinária quanto na agricultura do estado paulista.

“Temos poucos produtores, mas cada um de nós possui uma relevância imensa para o Brasil. A qualidade da nossa alcachofra é amplamente reconhecida, fruto de décadas de empenho e um manejo cuidadoso”, ressalta o produtor Otávio Freitas Neves.

As condições ideais para o cultivo são proporcionadas pelo clima ameno e pelo solo fértil de Piedade. Geralmente, a colheita acontece uma vez ao ano, mas a aplicação de técnicas de indução hormonal possibilita a realização de uma segunda safra, aumentando a produtividade e garantindo maior disponibilidade no mercado. A alcachofra também se destaca na gastronomia, sendo utilizada em uma variedade de pratos, desde os mais sofisticados aos mais simples.

Benefícios ao produtor

A Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo (SAA), por meio da Coordenadoria de Assistência Técnica Integral (Cati), oferece suporte aos produtores. Esse apoio abrange orientação técnica especializada, facilitação do acesso a linhas de crédito rural, auxílio na regularização ambiental e incentivo à participação em programas de comercialização governamentais, como o de merenda escolar.

Melhoramento genético

O estado de São Paulo também direciona investimentos para pesquisas focadas na recuperação e no aprimoramento genético da variedade “Roxa de São Roque”. Este importante projeto é conduzido pela Apta de São Roque, com a colaboração do Instituto Biológico (IB-Apta) e da Cati Sementes e Mudas.

As atividades, iniciadas em 2010 e intensificadas a partir de 2020, visam restaurar o vigor das plantas, que haviam sido comprometidas por décadas de multiplicação vegetativa e contaminação por vírus. O processo envolveu a identificação dos agentes virais, a purificação do material genético em laboratório e a subsequente produção de mudas livres de patógenos.

Em 2023, as novas mudas purificadas foram implantadas em campo, utilizando dois delineamentos de cultivo: o método tradicional, com plantio em linhas simples, e uma abordagem experimental em linhas duplas, que tem como objetivo aumentar a densidade de plantio e, consequentemente, a rentabilidade para os agricultores.

Fonte: Canal Rural.