
O Fórum Planeta Campo, realizado em Belém, Pará, sob a chancela do Agrozil, reuniu expoentes do setor agropecuário, da pesquisa científica e da sustentabilidade. O debate concentrou-se no papel fundamental que o agronegócio desempenha na busca por soluções para os desafios climáticos globais. O evento também celebrou e premiou propriedades rurais que se destacam por suas práticas de produção sustentável.
Em sua fala de abertura, a presidente da Embrapa, Silvia Massruhá, enfatizou a simbiose entre inovação, tecnologia e sustentabilidade. Representantes da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), ao lado de governos estaduais, compartilharam estratégias robustas para a descarbonização e apresentaram os progressos realizados nos inventários de emissões de gases de efeito estufa.
“O relatório que apresentamos hoje detalha a apuração das emissões, com o inventário de gases de efeito estufa e os roteiros estratégicos para a descarbonização, envolvendo ativamente o setor do agronegócio”, declarou o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, sublinhando o papel de vanguarda do estado nas discussões que antecedem a COP30.
Durante o encontro, empresas privadas apresentaram projetos inovadores voltados para o fomento da produção sustentável. Um exemplo notável é o programa Fazenda Nota 10, que congrega 500 propriedades em um ecossistema de benchmarking e adoção de tecnologias de ponta.
“É uma oportunidade para o produtor ter acesso às mais recentes inovações tecnológicas para implementar em sua propriedade e, ao mesmo tempo, acompanhar sua evolução comparada a outros produtores que utilizam as mesmas tecnologias”, explicou o CEO global da JBS, Gilberto Tomazoni.
Superação de desafios
No decorrer do fórum, o CEO da SLC Agrícola, Aurélio Pavinato, ressaltou que a sustentabilidade no campo é fruto de um processo contínuo de superação de desafios inerentes ao setor. Ele destacou que a primeira grande vitória foi o combate efetivo à degradação do solo, consolidada através da adoção do plantio direto, cobertura vegetal e manejo sustentável.
A etapa subsequente focou no controle de pragas e doenças, com ênfase no uso racionalizado de defensivos agrícolas. Atualmente, a nova fronteira a ser explorada volta-se para a reciclagem e o aproveitamento integral de resíduos gerados nas propriedades rurais. “Na SLC, já implementamos a economia circular em 11 fazendas, com a reciclagem de 100% dos resíduos orgânicos gerados”, afirmou.
Encerramento do evento
O painel final, intitulado “Rastreabilidade Total da Cadeia de Alimentos”, serviu para coroar o fórum, evidenciando iniciativas que fortalecem a transparência no agronegócio. A Cooxupé, cooperativa de grande relevância nas principais regiões produtoras de café do Brasil, apresentou o protocolo “Gerações”. Este protocolo foi concebido para auxiliar os cafeicultores na adoção de práticas sustentáveis e na implementação eficaz da rastreabilidade.
Segundo Liège Correia, diretora de sustentabilidade da JBS Brasil, o Brasil possui uma longa tradição no controle da origem dos alimentos, remonta à década de 1990 com a Guia de Trânsito Animal (GTA). Atualmente, estados como Santa Catarina e Pará estão avançando com decretos que estabelecem a obrigatoriedade da rastreabilidade individual dos rebanhos bovinos, um movimento que intensifica a confiança do consumidor e agrega valor à produção.
Fonte: Canal Rural.








