Os desafios climáticos combinados com a diminuição dos valores das commodities agrícolas e o aumento significativo dos custos de produção estão provocando dificuldades para inúmeros produtores em diversas regiões. Esse panorama está gerando alertas tanto entre as associações de produtores quanto nas entidades governamentais, a nível municipal, estadual e federal.
Nos últimos três anos, os estados do Sul do país enfrentaram perdas consideráveis em suas safras, especialmente nas plantações de soja e milho, um cenário que pode ser atribuído à persistência do fenômeno La Niña.
Apesar de medidas de auxílio terem sido adotadas pelo Governo, incluindo pacotes de socorro direcionados aos produtores enquadrados no Pronaf, ainda há uma parcela significativa de agricultores de outros portes que não contam com proteção do seguro rural.
Nas demais regiões, a comercialização encontra-se prejudicada, o que acarreta numa drástica queda nos preços e na falta de liquidez para cumprir compromissos. Isso realça a urgência de medidas emergenciais, englobando a extensão dos prazos de pagamento por períodos que variam de 180 dias a um ano (em casos de crédito com recursos controlados), além da disponibilização de linhas especiais para refinanciamento. Essas ações visam assegurar que os agricultores possam continuar suas operações até que haja um reequilíbrio entre os custos e as receitas.
Essa conjuntura de fatores repercute diretamente nas finanças dos produtores, porém, os efeitos reverberam por toda a cadeia produtiva, causando uma queda na atividade econômica em numerosos municípios, especialmente aqueles nos quais a produção de soja se destaca como principal fonte de renda. As implicações são graves e impactam negativamente as contas públicas.
Diante do panorama delineado, a Associação Brasileira dos Produtores de Soja (Aprosoja Brasil) faz um apelo enfático às autoridades governamentais para que adotem medidas imediatas a fim de mitigar o sofrimento enfrentado por produtores rurais e suas famílias.