Agronegócio

Setor de fertilizantes prevê investimentos de R$ 21 bilhões em projetos no Brasil

Investimento será em projetos que visam aumentar a oferta nacional de insumos para a agricultura

Na produção orgânica, a adubação é natural. Foto: Valter Campanato/Agência Brasil.

Nos próximos quatro anos, a indústria de fertilizantes planeja investir aproximadamente R$ 21 bilhões no Brasil, por meio de projetos voltados para o aumento da produção doméstica de insumos agrícolas. A informação foi comunicada por Bernardo Silva, diretor-executivo do Sindicato Nacional das Indústrias de Matérias-primas para Fertilizantes (Sinprifert).

De acordo com Silva, por meio da construção de novas fábricas, expansão de investimentos em várias regiões do país, incremento da capacidade total de produção e revitalização de instalações, o setor pretende impulsionar a produção interna de matérias-primas, contribuindo para diminuir a atual dependência do exterior.

“Diante dos acontecimentos do cenário econômico internacional, onde a guerra entre Rússia e Ucrânia evidenciou a fragilidade e imprevisibilidade do nosso abastecimento interno, o Brasil fez seu dever de casa e agora tem plenas condições para viabilizar uma produção nacional forte e estruturada. Por isso, com este cenário favorável, as empresas estão investindo e apostando na reindustrialização do setor”, explica o dirigente.

Ele acrescenta que desde 2015, apesar das dificuldades enfrentadas, a indústria nacional de fertilizantes vem se consolidando. “À época, 70% dos fertilizantes usados no Brasil eram importados. Esse número chegou 90% em 2021 e ano passado acendeu o alerta vermelho com a crise no leste europeu, uma vez que Rússia e Bielorrússia são um dos principais fornecedores de fertilizantes do Brasil, além de países como China, que vêm estabelecendo restrições aos abastecimentos externos”, ressalta.

Ele explica que o Plano Nacional de Fertilizantes foi lançado em março de 2022, como uma estratégia estatal para reduzir a dependência do agronegócio em relação aos insumos externos, focando em áreas-chave da cadeia produtiva: mineração, química, infraestrutura, agricultura, inovação e sustentabilidade ambiental. O objetivo é diminuir a dependência externa para 50% até 2050.


Fonte: Brasil 61.