A Raízen, principal produtora global de etanol de cana-de-açúcar, foi advertida pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) pela segunda vez em aproximadamente três anos, após uma fiscalização realizada em junho deste ano. A ANP informou que a empresa poderá perder sua licença.
A informação, divulgada inicialmente pela Folha de S. Paulo e posteriormente confirmada pelo Notícias Agrícolas nesta segunda-feira (11), destaca que a empresa brasileira apresentou, entre fevereiro e maio de 2023, 59 registros que foram considerados “inconsistentes” e “inverídicos” em relação à produção do biocombustível em instalações localizadas nos estados de São Paulo e Goiás. Segundo a Folha, os relatórios enviados à ANP seriam seis vezes maiores.
A companhia brasileira comunicou à ANP ter produzido, no período, 439 milhões de litros de etanol, utilizando 808,8 mil toneladas de matéria-prima processada, o que equivale a uma média de 2 kg para cada litro. No entanto, dados do setor citados pela própria Raízen indicam que a produção demandada para a fabricação de etanol anidro é, em média, de 12 kg.
Em nota enviada ao Notícias Agrícolas, a Raízen assegurou que o equívoco no envio de informações à ANP foi imediatamente corrigido. A companhia destacou que esse erro foi pontual e não gerou qualquer prejuízo à fiscalização da Agência, nem causou danos a seus clientes ou ao abastecimento. A Raízen também reitera seus compromissos com as boas práticas no mercado de combustíveis e enaltece o essencial trabalho de fiscalização da agência reguladora sobre o segmento.
A Folha ainda esclarece que a Raízen teria recebido, no início deste mês de setembro, um comunicado informando que a companhia pode ter sua licença de produção suspensa, exatamente devido à reincidência. O caso ainda está em andamento e a ANP aguarda as alegações finais da companhia para encaminhar o caso ao julgamento.
A Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) foi contatada para fornecer detalhes sobre a advertência. A ANP informou que entrou em contato com sua área técnica, mas até o fechamento desta matéria não havia enviado seu posicionamento.
Nota completa da Raízen sobre o caso:
A Raízen esclarece que houve um erro formal no envio de informações à ANP que foi prontamente corrigido. Tal equívoco foi pontual e não trouxe qualquer prejuízo à fiscalização da Agência ou dano a seus clientes e ao abastecimento. Por fim, a companhia reitera seus compromissos de boas práticas no mercado de combustíveis e incentiva o essencial trabalho de fiscalização da agência reguladora sobre o segmento.
Fonte: Notícias Agrícolas.