O Brasil se tornou o maior exportador de algodão do mundo na safra 2023/2024, conforme dados da Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa). Contudo, o setor enfrenta desafios devido às mudanças climáticas, que afetam tanto a qualidade quanto a produtividade da fibra.
A produção de algodão no Cerrado, responsável por 70% da produção nacional, sofre com altas temperaturas, baixa umidade e longos períodos de seca. Especialistas da Embrapa destacam que a adaptação do setor depende de fatores como o melhoramento genético das plantas, manejo adequado do solo e a gestão dos riscos climáticos.
O aumento da temperatura, que nos últimos 60 anos variou de 2°C a 4°C no Cerrado, tem prejudicado a formação da fibra do algodão. Além disso, a aceleração do ciclo de pragas como o bicudo-do-algodoeiro exige controle constante. Tecnologias como drones e armadilhas inteligentes estão sendo utilizadas para monitorar e controlar essas pragas.
O manejo sustentável, incluindo práticas como a Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF), também tem sido adotado para aumentar a resiliência das lavouras. O uso de certificações ambientais, como a Better Cotton Initiative (BCI), fortalece a competitividade do algodão brasileiro no mercado internacional.
Em Minas Gerais, a falta de chuvas afetou negativamente a produção, especialmente nas lavouras de sequeiro. Para mitigar esses impactos, práticas como o aumento da matéria orgânica no solo e o plantio direto têm sido incentivadas.
Apesar dos desafios climáticos, o setor continua investindo em inovação e práticas sustentáveis para manter a competitividade e o crescimento no mercado global.
