Os preços dos fertilizantes importados têm aumentado significativamente, afetando o custo de produção dos agricultores em Mato Grosso. De acordo com uma análise realizada pelas Comissões de Política Agrícola e Defesa Agrícola da Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja-MT), os insumos estão, em média, 53% mais caros do que os níveis pré-pandemia.
O fosfato monoamônico (MAP) é o fertilizante com o maior aumento, tendo um incremento de 91% no período entre março de 2020 e março de 2024. Em seguida, estão o NPK, com um aumento de 61%, o SSP, com 47%, a ureia, com 44%, e o KCL, com 22% de aumento.
Devido aos altos preços, mesmo com uma queda em relação aos picos de 2022, as importações desses produtos têm diminuído no primeiro trimestre de 2024. Os produtores de Mato Grosso importaram cerca de 1 milhão de toneladas de KCL, 287 mil toneladas de ureia, 337 mil toneladas de superfosfato simples e 76 mil toneladas de MAP até maio de 2024.
Os principais fornecedores de fertilizantes para Mato Grosso são a Rússia, representando 23,3%, seguida pelo Canadá, com 23,12%, e pela China, com 13%. Além disso, Israel representa 12% da importação de cloreto de potássio, e o Egito fornece 55% do superfosfato simples.
Em comparação com 2022, quando os insumos atingiram seu pico, houve uma redução média de 51% nos custos em 2024. No entanto, esses valores ainda são consideravelmente superiores aos registrados antes da pandemia, o que contribui para o aumento dos custos para os produtores.
O Brasil é um dos maiores consumidores de fertilizantes, ocupando o quarto lugar no consumo de NPK, segundo dados da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO). O país importa cerca de 80% dos fertilizantes utilizados e produz cerca de 20%, de acordo com a Associação Nacional para Difusão de Adubos (ANDA, 2023).
A produção nacional limitada é um dos fatores que contribuem para o pagamento de preços elevados, especialmente porque 80% da produção global de fertilizantes está concentrada em seis países: China, Rússia, Estados Unidos, Bielorrússia, Canadá e Marrocos, segundo dados da International Fertilizer Association (IFA).
Além disso, a desvalorização do real em relação ao dólar e o aumento da taxa Selic, a taxa básica de juros, que subiu de 2% em março de 2021 para 13,75% em setembro de 2022, tiveram um impacto significativo no custo dos fertilizantes. A partir de 2023, a situação começou a melhorar, com a queda do dólar e da inflação, permitindo a redução da Selic.
De acordo com as Comissões da Aprosoja-MT, o pico de preços de fertilizantes importados para a safra 2021/22 começou a reduzir em uma média de 35% em 2023, em comparação com o ano anterior. Essa redução tem sido lenta, mesmo no primeiro trimestre de 2024, pois os valores ainda estão acima dos níveis pré-pandemia.
Fonte: Aprosoja-MT.