Agronegócio

Piauí poderá obter autorização para exportação de carne já em 2025

Estado já é reconhecido pelo Ministério da Agricultura e Pecuária como livre da febre aftosa sem vacinação

Foto: Governo do Piauí.

O Brasil lidera o ranking mundial de exportadores de carne, com mais de US$ 10 bilhões em carne bovina exportados em 2023. Para se juntar a esse mercado lucrativo, o estado do Piauí está em busca da aprovação internacional da Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA), que concede um selo aos locais autorizados a exportar carne.

O principal requisito para a obtenção do selo é a erradicação da febre aftosa, uma doença altamente infecciosa que pode afetar rebanhos inteiros e causar prejuízos financeiros significativos. Recentemente, o Piauí foi reconhecido pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) como livre da doença. Se o estado cumprir todos os critérios estabelecidos, como um período de um ano sem vacinação do rebanho e uma boa taxa de imunização, ele poderá ingressar no mercado internacional de carne bovina.

A expectativa é que a OMSA emita a autorização em maio de 2025. Com isso, o setor pecuário do Piauí pode alcançar novos patamares. Atualmente, os principais produtos exportados pelo estado são a soja, que corresponde a quase 70% de todas as exportações, e o milho, que representa 19,8% dos envios. Produtos como mel natural e ceras vegetais somam menos de 5% das exportações. Quase metade (56%) dessa exportação vai para a Ásia, com a China sendo a maior compradora.

De acordo com a Secretaria de Assistência Técnica e Defesa Agropecuária (Sada), o Piauí almeja alcançar a marca de 4 milhões de cabeças de gado, enquanto o Brasil inteiro conta com aproximadamente 212 milhões. O estado líder nesse cenário é o Mato Grosso, com 34 milhões de cabeças, representando mais de 14% do total nacional. Embora a contribuição futura do Piauí seja relativamente modesta em comparação com outros estados, fazer parte do mercado de exportação trará mais investimentos ao setor no estado.

Além disso, o estado tem concentrado esforços no desenvolvimento de frigoríficos. Recentemente, foram anunciados investimentos em unidades em Ribeiro Gonçalves, Socorro do Piauí e um empreendimento de laticínios em Cristino Castro, visando agregar valor ao produto final.

Outros estados da região Nordeste e Norte do Brasil também estão em busca do selo de aprovação da OMSA, como Maranhão, Bahia, Pará e Amazonas. Atualmente, somente os estados de Santa Catarina, Paraná, Rio Grande do Sul, Acre, Rondônia e partes do Amazonas e do Mato Grosso têm o reconhecimento internacional de zona livre de febre aftosa sem vacinação.


Fonte: Piauí Negócios.