Safra de grãos 2025/26 deve alcançar 354,8 milhões de toneladas, aponta Conab-SP

Conab-SP projeta safra recorde de 354,8 milhões de toneladas em 2025/26, mas produtores enfrentam alta de custos. Soja e milho seguem fortes, impulsionados pela demanda global.

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Foto: Wenderson Araújo/Trilux/CNA

Conversei com Marisete Belloli, gerente de Safras e Informações Agropecuárias da Conab em São Paulo, sobre os números da safra 2025/26. As projeções indicam que a safra continuará expressiva.

O primeiro levantamento da Conab indicou 357,7 milhões de toneladas de grãos. Já o mais recente, divulgado na semana passada, aponta para 354,8 milhões de toneladas. Essa estabilidade confirma uma safra dentro do histórico da produção brasileira.

Apesar de ser uma safra robusta, reforçamos a importância de um planejamento estratégico. Isso garantiria maior tranquilidade no abastecimento interno e nas ações internacionais. O número atual é consistente com a previsão de uma safra dentro do padrão histórico brasileiro, uma safra grande.

Houve previsões recentes de queda na safra, mas a informação de Marisete Belloli, da Conab, confirma que continuamos em um patamar estável, como ela mesma destacou.

No caso da soja, a previsão é de 177 milhões de toneladas. O setor ainda se beneficia dos altos preços registrados há dois anos e da forte demanda internacional, especialmente da China. A soja mantém sua trajetória de crescimento.

Para o milho, a projeção é de 138 milhões de toneladas, com grandes expectativas para a safrinha, que já não pode ser mais considerada como tal.

Ao analisar as previsões de safra, é crucial considerar o ano agrícola, que abrange de agosto a julho, ou seja, 2025/2026. O calendário padrão não reflete totalmente as expectativas, pois a safra brasileira se estende de agosto a julho, incluindo a safrinha (plantada a partir de janeiro/fevereiro) e as safras de inverno, como o trigo e outras culturas. Portanto, a projeção de Marisete refere-se ao período 2025/2026.

No momento, o setor de arroz enfrenta dificuldades com a queda acentuada nos preços. Um ponto crítico para o produtor rural são os custos crescentes, incluindo fertilizantes, insumos, máquinas agrícolas e crédito com juros elevados. Apesar dessa pressão de custos, a área agrícola tem se expandido, impulsionada por iniciativas de recuperação de pastagens degradadas, com 40 milhões de hectares disponíveis.

Este é o cenário atual: uma safra de 354,8 milhões de toneladas, expressiva para o histórico brasileiro, mas com pressão de custos significativa para os produtores rurais.

José Tejon

*José Luiz Tejon é jornalista e publicitário, doutor em Educação pela Universidad de La Empresa/Uruguai e mestre em Educação Arte e História da Cultura pela Universidade Mackenzie.


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Fonte: Canal Rural.