Mesmo com o aumento das tarifas de importação da carne bovina brasileira para 36,4%, os Estados Unidos devem seguir como um dos principais compradores. Analistas avaliam que a oferta reduzida de carne no mercado norte-americano, aliada à alta demanda local, tende a manter o fluxo de compras mesmo com os custos adicionais.

A escassez do rebanho norte-americano, no nível mais baixo desde os anos 1950, e a expectativa de queda de 3,96% na produção em 2025 reforçam essa projeção. O Brasil, que já exporta com tarifa sobre mais de 70% do volume enviado, deve continuar competitivo, principalmente por oferecer volume, qualidade e preço em um cenário global de reajustes comerciais.
A alta nos preços da carne nos EUA, impulsionada pela inflação, pode pressionar o consumidor local e alterar padrões de consumo. Contudo, a expectativa é de que a necessidade de complementação da produção interna, que fica abaixo do consumo, mantenha o país importando carne brasileira.
Além disso, tensões comerciais entre EUA e China e possíveis restrições de outros países asiáticos à carne americana podem abrir novas oportunidades para o Brasil em mercados como Japão, Coreia do Sul e China. O cenário ainda é incerto, mas o Brasil pode ampliar sua presença global caso sanções e tarifas impactem outros fornecedores.