Café também começa o dia em alta; açúcar cai, enquanto algodão opera com estabilidade
Depois de uma segunda-feira em baixa, os papéis de cacau (vencimento em dezembro) começam esta manhã com forte alta, acima de 4%, negociados a US$ 7.581 a tonelada.
Esse avanço é motivado pelos sinais de melhora da demanda, com aumento da moagem na Ásia e Europa. Mas a recuperação das plantações da Costa do Marfim e de Gana nas últimas semanas tem feito peso contrário nos preços, já que, após meses de seca, os dois principais fornecedores mundiais do cacau têm mais amêndoas disponíveis.
Também em Nova York, o café arábica para março sobe 0,86%, a US$ 2,5860 a libra-peso.
O mercado segue sem uma direção clara, olhando para fundamentos como o desenvolvimento da safra no Brasil, bem como as exportações do país, além do avanço da colheita no Vietnã.
Na ponta negativa dos preços, os lotes de açúcar demerara para março caem 0,47%, a 21,26 centavos de dólar por libra-peso.
“Desde que as cotações tentaram alcançar os 23 centavos, elas estão perdendo força, pois não há fundamentos que justifiquem uma escalada tão agressiva dos preços”, comenta Marcelo Filho, analista de inteligência de mercado da StoneX.
Ele também credita a baixa do açúcar ao clima ideal para áreas produtoras de cana do Centro-Sul do Brasil.
“No curto prazo temos o impacto das chuvas sobre as lavouras. Há duas semanas as precipitações têm aumentado. Se por um lado elas atrapalham a colheita deste ciclo, por outro beneficiam o desenvolvimento das plantas para a próxima temporada”, acrescenta Marcelo Filho.
Ainda conforme o analista, agentes de mercado estão à espera de dados da União da Indústria de Cana-de-Açúcar e Bioenergia (Unica), que será divulgado nesta semana.
“Esse é um relatório muito importante, pois esses dados vão indicar quais usinas estão finalizando suas operações. A Unica pode confirmar também que o canavial não foi tão severamente impactado pelas condições de seca dos últimos meses, já que havia muito receio que muitas plantas estivessem sob condição de ‘morte súbita’”, ressalta.
Os papéis de algodão, por sua vez, operam estáveis, a 69,69 centavos de dólar por libra-peso. Os investidores da pluma se dividem entre os dados de estoques mais confortáveis nos EUA e a elevação do dólar ante outras moedas, que deixa os produtos americanos mais caros e reduz a competitividade dos exportadores de algodão do país.