O gerente sênior de Vendas da Vestas, Gabriel Pontes, defendeu que o Brasil precisa estabelecer rapidamente as regras para a geração de energia eólica offshore e para a produção de hidrogênio verde. Segundo ele, o país tem potencial para se tornar um grande exportador de energia limpa, mas corre o risco de perder a oportunidade se não agir logo.
Pontes participou da Brazil Windpower, evento que reúne os principais atores do setor eólico, em São Paulo. Em entrevista à epbr, ele afirmou que o Brasil está inserido em um debate global de transição energética e que pode ser um fenômeno na exportação de uma molécula verde, que é o hidrogênio produzido a partir de fontes renováveis.
Para isso, ele disse que é preciso que os agentes reguladores e legisladores tragam clareza jurídica para o setor eólico offshore, que ainda não tem um marco legal definido. Ele citou o projeto de lei 576/2021, que está em discussão na Câmara dos Deputados e que trata da cessão das áreas offshore para a instalação de turbinas eólicas.
O gerente da Vestas também destacou que o hidrogênio verde é fundamental para alavancar o crescimento da eólica offshore no Brasil, pois pode ser usado como forma de armazenamento e transporte de energia. Ele disse que o Brasil tem um dos menores custos de produção do hidrogênio verde do mundo, por conta da competitividade do país na área renovável.
Pontes ainda comentou sobre os desafios enfrentados pela indústria eólica offshore no cenário internacional, como a alta nos custos dos projetos e a baixa nos preços da energia. Ele disse que é preciso encurtar o tempo de maturação dos projetos, que hoje é de nove anos em média, e valorizar os atributos e as externalidades positivas da energia eólica offshore.
A Vestas é uma das maiores fabricantes de turbinas eólicas offshore do mundo, com mais de 1.600 unidades instaladas, em 48 projetos, com 9 GW de capacidade.
Fonte: epbr.