De acordo com pesquisa divulgada pela Confederação Nacional das Indústrias (CNI) nesta terça-feira (12/09), o Piauí surge como destaque para investimentos em energia eólica offshore, que consiste na implantação de turbinas no interior do mar. Junto com o Ceará e o Rio Grande do Norte, o litoral piauiense é identificado como uma área de oportunidades, sendo o Estado com maior experiência na produção de energia limpa.
Segundo dados da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE), 95% da capacidade energética do Piauí provém da força dos ventos ou da luz solar. Dessa parcela, 68% é proveniente da energia eólica, evidenciando o potencial do Piauí nesse setor, que já está em crescimento em países da Europa, Ásia e América do Norte.
Atualmente, quatro empreendimentos de energia eólica offshore no Piauí, com investimentos de empresas como Ventos do Atlântico, Bosford Participações, Shell Brasil Petróleo e Equinor Brasil Energia, estão em processo de aprovação pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Renováveis (IBAMA). Juntos, esses projetos têm a capacidade de produzir até 7 mil MW.
Os investidores já identificam o potencial brasileiro no segmento de eólica offshore. Até 30 de agosto, foram registrados 78 pedidos de licenciamento, com uma capacidade potencial de produção de energia de até 189 GW, quase dobrando a capacidade de produção instalada no país, que atualmente é de 194 GW.
No estudo “Oportunidades e Desafios para Geração Eólica Offshore no Brasil e Produção de Hidrogênio de Baixo Carbono”, promovido pela CNI e a ser lançado em um evento pré-COP 28 em Brasília, são discutidos os desafios e oportunidades enfrentados pelo setor. A proposta é de uma revolução no setor energético brasileiro em um momento em que a descarbonização da produção de energia para combater os efeitos do aquecimento global já é uma realidade global.
A nível global, a geração de energia eólica por meio de turbinas instaladas nos mares tem o potencial de atingir 260 GW até 2030, representando um investimento de mais de US$1 trilhão. O Piauí não está distante dessa realidade, mostrando liderança no setor.