Liderança indígena

Marcha sem fronteiras: Povos indígenas unem forças em Brasília pelo respeito ao marco temporal

Povos indígenas de diversas regiões do país estão mobilizados nesta quarta-feira (20/09), em Brasília, contra a tese do marco temporal de seus territórios, que volta a ser julgada pelo Supremo Tribunal Federal (STF), e contra o Projeto de Lei (PL) 2.903/2023 que trata do mesmo tema. Os povos reivindicam também a demarcação imediata de suas terras. O PL 2.903/2023 estabelece que os povos indígenas só têm direito às áreas que já eram ocupadas por eles no dia da promulgação da Constituição Federal de 1988 (5 de outubro do mesmo ano).

Povos indígenas de diversas regiões do Brasil estão realizando protestos em Brasília contra a tese do marco temporal de seus territórios, que está sendo julgada pelo Supremo Tribunal Federal (STF), e contra o Projeto de Lei (PL) 2.903/2023, que trata do mesmo tema. Eles também estão reivindicando a demarcação imediata de suas terras.

O marco temporal é uma tese que estabelece que os povos indígenas só têm direito às áreas que já ocupavam no dia da promulgação da Constituição Federal de 1988. O PL 2.903/2023, aprovado na Câmara dos Deputados e atualmente em análise no Senado, segue a mesma linha, restringindo os direitos territoriais dos povos indígenas.

Os protestos começaram em frente à Biblioteca Nacional, no centro de Brasília, com cerca de mil indígenas organizados pela Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib) e pelo Conselho Indigenista Missionário (Cimi). Durante os protestos, os indígenas dançaram, cantaram, exibiram adornos típicos, seguraram ferramentas tradicionais e cartazes com reivindicações.

As lideranças indígenas se posicionaram contra o marco temporal em seus territórios e expressaram preocupação com a questão da indenização aos fazendeiros que ocupam atualmente as terras. Eles argumentam que a indenização prévia não deve estar incluída na decisão e que os ocupantes das terras devem buscar indenizações dos governos estaduais e federal.

Os indígenas seguiram em uma marcha pacífica pela Esplanada dos Ministérios em direção à Praça dos Três Poderes, onde acompanharão o julgamento do STF relacionado ao marco temporal.

Fonte: Agência Nacional