Estagnação

Atividade industrial brasileira quase para em abril com queda de pedidos e confiança

A atividade industrial brasileira apresentou forte desaceleração em abril, atingindo o nível mais baixo em quase um ano e meio. O Índice de Gerentes de Compras (PMI) da S&P Global recuou de 51,8 em março para 50,3 em abril. Esse resultado, próximo da marca de 50 que indica estagnação, sinaliza um enfraquecimento do setor. A …

A atividade industrial brasileira apresentou forte desaceleração em abril, atingindo o nível mais baixo em quase um ano e meio. O Índice de Gerentes de Compras (PMI) da S&P Global recuou de 51,8 em março para 50,3 em abril. Esse resultado, próximo da marca de 50 que indica estagnação, sinaliza um enfraquecimento do setor.

Reprodução / Freepik

A pesquisa aponta para uma queda inédita em 16 meses nos novos pedidos à indústria, embora a taxa de contração tenha sido marginal. Houve um enfraquecimento da demanda tanto no mercado interno quanto no internacional. Alguns participantes da pesquisa atribuíram a redução nas vendas ao aumento dos preços dos produtos finais e à incerteza do mercado global.

As novas vendas para exportação também apresentaram um declínio pelo quinto mês em seis meses. Evidências indicam uma menor demanda por parte do Mercosul e dos Estados Unidos. Consequentemente, a produção industrial brasileira registrou o menor ritmo de crescimento dos últimos três meses. A produção foi limitada por cancelamentos de pedidos, queda nas vendas e escassez de mão de obra qualificada.

A confiança em relação à produção futura atingiu o nível mais baixo em cinco anos. Essa queda reflete crescentes preocupações com a política tarifária dos Estados Unidos e as condições econômicas internas do Brasil. O anúncio de novas tarifas pelo presidente dos EUA, Donald Trump, no início de abril, tem gerado instabilidade nos mercados financeiros globais.

A criação de empregos no setor industrial foi a mais fraca em quatro meses. Empresas adotaram medidas de corte de custos e enfrentaram a falta de novos pedidos. No que diz respeito aos preços, a inflação geral de custos recuou para o menor patamar em 11 meses, mas permaneceu elevada. Houve relatos de aumentos nos preços de diversos insumos, como rolamentos, fretes, gás natural e aço. A inflação dos preços cobrados pela indústria também diminuiu, atingindo o nível mais baixo desde março de 2024. Algumas empresas repassaram parte dos custos adicionais, enquanto outras ofereceram descontos para tentar impulsionar as vendas.