A partir desta sexta-feira 01/03), entrou em vigor a nova mistura de biodiesel no diesel derivado de petróleo no Brasil, aumentando a proporção de 12% para 14%. Essa decisão, antecipando o cronograma inicial, é uma resposta à demanda da cadeia produtiva de biocombustíveis, especialmente da soja. O biodiesel com 14% (B14) atende à demanda dos setores de transporte, incluindo caminhões, ônibus e máquinas agrícolas.
O cronograma original previa que, em 2024, a proporção seria de 13%, aumentando um ponto percentual a cada ano, atingindo 15% em 2027. No entanto, a decisão antecipou esses passos. O B14 é visto como uma solução imediata para a descarbonização do diesel, contribuindo para a redução das emissões.
De acordo com cálculos do Ministério de Minas e Energia, a adoção do B14 pode evitar a importação de 2 bilhões de litros de óleo diesel e economizar R$ 7,2 bilhões em custos relacionados ao diesel fóssil. Além disso, espera-se reduzir a capacidade ociosa das instalações industriais de biodiesel.
A indústria da soja, principal matéria-prima para a produção de biodiesel, deve ser impactada, especialmente em uma safra em que condições climáticas adversas causaram perdas de produtividade em várias regiões do país. A mudança para o B14 reflete um esforço para aumentar a produção de biodiesel e reduzir a importação de diesel.
A Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove) estima que o B14 exigirá uma produção de 8,9 bilhões de litros de biodiesel em 2023, comparado a 7,3 bilhões no ano anterior. A produção total de óleo de soja, uma das principais fontes de biodiesel, é projetada em 11 milhões de toneladas pela Abiove.
A antecipação dessa mistura busca alinhar-se às iniciativas de descarbonização e redução da dependência do diesel fóssil, apoiando a transição para fontes mais sustentáveis de energia no setor de transporte. Atualmente, já estão em andamento testes com misturas maiores e até com biodiesel puro (B100) no país. O Projeto de Lei Combustível do Futuro, em discussão no Congresso, visa aumentar a mistura para 20% até 2030 e 25% a partir de 2031. O Brasil busca avançar na direção de uma matriz de transporte mais sustentável e com menor impacto ambiental.
Fonte: Visão Agro