A China anunciou tarifas adicionais de até 15% sobre produtos agrícolas dos EUA, respondendo ao aumento das taxas de importação imposto por Donald Trump. No entanto, diferentemente da guerra comercial de 2018, o Brasil não conseguirá ampliar significativamente suas exportações de soja, apesar da safra recorde de 160 milhões de toneladas em 2024/25. O país já opera no limite da capacidade logística, exportando até 15 milhões de toneladas por mês, enquanto divide espaço com milho, carnes e açúcar.
As dificuldades de escoamento no Mato Grosso e a superlotação dos portos do Sudeste e Sul, como Santos e Paranaguá, elevam os custos do frete e limitam os embarques. A falta de investimentos contínuos em infraestrutura portuária e transporte impede um aumento expressivo das exportações. A escassez de caminhões e terminais de contêineres também agrava o cenário, restringindo a competitividade do Brasil no mercado global de commodities.

Com a impossibilidade de elevar rapidamente o volume exportado, o impacto da nova disputa comercial deve ser menos expressivo do que em 2018. Na ocasião, a soja brasileira teve alta demanda e preços mais competitivos, enquanto os EUA perderam mercado. Agora, a limitação logística reduz os benefícios para o Brasil, pressionando as cotações da soja e do milho e tornando o cenário menos favorável para os produtores nacionais.