Importação

Compras chinesas de soja recuam com tarifas e atrasos no Brasil

As importações de soja pela China recuaram fortemente em março, atingindo 3,5 milhões de toneladas o menor volume para o mês desde 2008. A queda de 36,8% em relação ao mesmo período de 2024 é atribuída à cautela dos processadores locais diante das tarifas sobre grãos dos Estados Unidos e aos atrasos na colheita no …

As importações de soja pela China recuaram fortemente em março, atingindo 3,5 milhões de toneladas o menor volume para o mês desde 2008. A queda de 36,8% em relação ao mesmo período de 2024 é atribuída à cautela dos processadores locais diante das tarifas sobre grãos dos Estados Unidos e aos atrasos na colheita no Brasil, principal fornecedor da oleaginosa ao país asiático.

Reprodução/Freepik

No acumulado do primeiro trimestre, a China importou 17,11 milhões de toneladas, queda de 7,9% frente às 18,58 milhões de toneladas do ano anterior. O resultado ficou abaixo das projeções de analistas, que esperavam entre 17,3 milhões e 18 milhões de toneladas.

A desaceleração nos embarques reflete o impacto da guerra comercial sino-americana, intensificada com o aumento das tarifas sobre a soja dos EUA, que chegaram a 135%. Em meio às tensões e à expectativa de uma safra recorde no Brasil, as compras chinesas se voltaram fortemente ao produto brasileiro. Apenas na primeira quinzena de abril, esmagadoras chinesas fecharam mais de 40 cargas com entrega entre maio e julho.

A expectativa é de que as importações se recuperem fortemente no segundo trimestre, podendo atingir 31,3 milhões de toneladas, impulsionadas pela colheita acelerada no Brasil. Até 11 de abril, o país havia colhido 89,09% da safra 2024/25. A soja é essencial para o mercado chinês, utilizada principalmente na produção de farelo para ração animal e óleo para uso culinário.