A rentabilidade limitada ao produtor, diante de preços mais estáveis no campo em comparação ao atacado, deve reduzir o interesse pelo cultivo do trigo em 2025. A Conab já projeta uma área semeada 9,3% menor que em 2024, totalizando 2,77 milhões de hectares. Segundo pesquisadores do Cepea, esse cenário indica que o crescimento da produção neste ano dependerá diretamente da produtividade das lavouras.

Apesar da retração na área, as expectativas quanto ao rendimento médio são otimistas. A Conab estima uma produtividade de 3,06 toneladas por hectare, alta de 18,5% frente à safra passada. Com esse desempenho, a produção nacional pode alcançar 8,47 milhões de toneladas em 2025. Isso representaria um avanço de 7,4% sobre o volume colhido em 2024, sustentando o abastecimento mesmo com menor área plantada.
A semeadura da nova temporada começou em Goiás e Minas Gerais, onde o clima permite o início mais antecipado das atividades. Já nos principais estados produtores, como Paraná e Rio Grande do Sul, o plantio deve começar entre os meses de maio e junho. Esses estados concentram grande parte da produção nacional e são fundamentais para o desempenho final da safra.
Para os analistas do Cepea, o avanço da produção em 2025 vai depender não só do clima, mas da eficiência nas lavouras e da tecnologia empregada. Eles avaliam que, com os preços ao produtor sem grandes reações, a busca por produtividade será o principal caminho para garantir bons resultados econômicos neste ano.