Mesmo com a imposição de tarifas de 10% pelos Estados Unidos sobre produtos brasileiros, a demanda por ovos do Brasil continua em crescimento, segundo especialistas do setor. De janeiro a março, os EUA lideraram como destino das exportações, com 2.705 toneladas importadas — alta de 346,4% em relação ao mesmo período de 2024.
Esse cenário é influenciado por surtos de gripe aviária altamente patogênica nos Estados Unidos, que reduziram o número de poedeiras e elevaram os preços dos ovos no país. Com mais de 35 milhões de aves afetadas apenas em 2025, o preço médio nacional da dúzia de ovos chegou a US$ 8,15 em março. Diante desse déficit na produção, o Brasil se tornou alternativa segura e confiável, por não registrar casos em plantéis comerciais.
Embora as tarifas aumentem o custo das importações, o impacto para o Brasil é limitado, já que as exportações de ovos representam apenas cerca de 1% da produção nacional. Os especialistas avaliam que, diante da alta demanda norte-americana, o fluxo comercial deve seguir estável ou crescente nos próximos meses, mesmo com os encargos impostos.
No mercado interno, os preços dos ovos seguem elevados, mas começaram a recuar em abril após o fim do período da Quaresma. A média registrada em Bastos (SP) caiu cerca de 5% para ovos brancos e vermelhos. Como a oferta doméstica é suficiente para atender à demanda, as tarifas dos EUA não devem afetar diretamente os preços no Brasil, que dependerão do equilíbrio entre produção e consumo ao longo do ano.
