Falta de ferrovia trava investimentos em indústrias do agro no Sul do Brasil

A dependência do transporte rodoviário nas regiões do Sul do Brasil devido à necessidade de importar cerca de 10 milhões de toneladas de grãos anualmente para alimentar os plantéis de aves e suínos tem gerado desafios logísticos. Isso encarece a produção e resulta em atrasos no escoamento para exportação, devido às estradas em mau estado …

Foto: Reprodução/Governo Federal.

A dependência do transporte rodoviário nas regiões do Sul do Brasil devido à necessidade de importar cerca de 10 milhões de toneladas de grãos anualmente para alimentar os plantéis de aves e suínos tem gerado desafios logísticos. Isso encarece a produção e resulta em atrasos no escoamento para exportação, devido às estradas em mau estado e ao tráfego intenso.

Grupos de investidores têm observado essas dificuldades, levando alguns a considerar outras regiões para investimento. Mesmo os já estabelecidos nessas áreas hesitam em expandir, devido à queda na competitividade. O alerta vem do presidente da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), Ricardo Santin.

Diante desse cenário, regiões como oeste e sudoeste do Paraná, oeste de Santa Catarina e norte do Rio Grande do Sul estão unidas na busca por uma solução revolucionária: a extensão da Nova Ferroeste, projeto que promete impulsionar o setor agropecuário.

Essas regiões, com um PIB combinado de mais de R$ 200 bilhões, concentram as maiores produções nacionais de aves e suínos. A ferrovia, ainda em fase de projeto, é vista como uma solução transformadora.

No trecho de 263 quilômetros entre Cascavel (PR) e Chapecó (SC), os planos estão avançados. Um grupo chinês demonstrou interesse em construir e administrar a ferrovia por quase um século.

A Nova Ferroeste, com um custo estimado de R$ 29,4 bilhões, é um projeto gestado pelo governo do Paraná, prevendo uma rota principal do Porto de Paranaguá (PR) a Maracaju (MS). O governo estadual planeja levá-lo a leilão na Bolsa de Valores (B3) em 2024.

A ferrovia reduzirá em 28% os custos de transporte, aumentando a competitividade e tornando os produtos finais mais acessíveis. O grupo de trabalho prevê operações plenas até 2044, com 395 vagões de grãos e 43 de contêineres em 22 trens em circulação, com capacidade de transporte de 8,85 milhões de toneladas por ano.

O Rio Grande do Sul também busca integrar-se ao projeto, expandindo o traçado de Passo Fundo (RS) a Chapecó. Essa iniciativa visa impulsionar o desenvolvimento econômico e social, corrigindo a carência na infraestrutura de transportes nos três estados do Sul do país.


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Fonte: Gazeta do Povo.