Os preços internacionais dos alimentos voltaram a subir em março, impulsionados pela valorização dos óleos vegetais, conforme dados da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO). O Índice de Preços de Alimentos da entidade atingiu 127,1 pontos no mês, ligeiramente acima dos 126,8 pontos de fevereiro. Apesar da alta mensal, o índice segue 20,7% abaixo do pico histórico registrado em março de 2022, no início da guerra entre Rússia e Ucrânia.
O maior destaque foi o grupo dos óleos vegetais, que registrou elevação de 3,7% no mês, refletindo forte demanda internacional. Palma, soja, colza e girassol tiveram alta nas cotações, impulsionadas por compras externas aquecidas. No acumulado de 12 meses, o aumento chega a 23,9%. Por outro lado, o índice dos cereais recuou 2,6% em relação a fevereiro, com queda nas cotações de trigo, milho e sorgo. A cevada foi exceção, com leve valorização. A demanda enfraquecida e a ampla oferta global derrubaram os preços do arroz em 1,7%.
O setor sucroenergético também registrou recuo nos preços. O açúcar caiu 1,6% no mês, pressionado por sinais de menor demanda global. No entanto, as perdas foram limitadas por incertezas em relação às safras do Brasil e da Índia. No setor de proteínas, o índice de preços da carne avançou 0,9% com destaque para a carne suína, que reagiu após a Alemanha recuperar seu status sanitário. A carne de frango manteve preços estáveis, mesmo com surtos de gripe aviária. Já os lácteos não apresentaram variações significativas.
Em relatório paralelo, a FAO revisou para cima sua estimativa de produção mundial de cereais em 2024, agora projetada em 2,849 bilhões de toneladas. A previsão de produção global de trigo para 2025 foi mantida em 795 milhões de toneladas, número semelhante ao de 2024. A estabilidade nas projeções sinaliza um cenário de oferta ajustada, mas ainda suficiente para atender à demanda global, especialmente em um momento de volatilidade nos mercados agrícolas.
