A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), por meio do projeto Campo Futuro, iniciou nesta Terça-feira (08/04), os painéis de levantamento dos custos de produção da atividade agropecuária para 2025. As primeiras análises foram realizadas de forma presencial e virtual em quatro estados: Paraná, Mato Grosso do Sul, São Paulo e Espírito Santo, com foco nas culturas de cana-de-açúcar e café.

Na cana, o painel em Cianorte (PR) indicou produtividade média de 82 t/ha em áreas de 50 hectares, reflexo de maior investimento em nutrição. Já em Barretos (SP), a expectativa caiu para 70 t/ha, devido aos incêndios de 2024. Em Nova Alvorada do Sul (MS), produtores com áreas de até 1.000 hectares projetam colheita de 80 t/ha. Em Cambará (PR), o modal foi de 73 hectares, com produtividade estimada em 75 t/ha. A técnica Eduarda Lee, da CNA, destacou o avanço da mecanização, motivado pela escassez de mão de obra.
No café, os painéis realizados no Espírito Santo mostraram realidades distintas. Em Brejetuba, 20% da área passou por recepa, impactando levemente a produtividade. A condução segue com 60% em regime de parceria, e os custos subiram 33,7% por saca, puxados por mão de obra (50,1%), fertilizantes (15,3%) e corretivos (10,1%).
Em Cachoeiro do Itapemirim, apesar da melhora climática e uso de irrigação, os custos cresceram 47,6%, especialmente com mão de obra (64,5%). A parceria, em que o parceiro fica com 40% da produção, elevou os gastos e, ao considerar o custo de oportunidade da terra, o resultado econômico foi negativo.
Em Jaguaré, a alta de 53,3% na receita bruta trouxe alívio, mesmo com elevação de 22,6% no COE, influenciada pelos insumos e mecanização. A redução no uso de CPRs sinaliza maior fôlego financeiro entre os produtores.