A jornalista francesa Ariane Lavrilleux foi presa e interrogada pela polícia da França após publicar uma série de reportagens no site de jornalismo investigativo Disclose, contendo documentos confidenciais vazados. Essas reportagens alegavam que tecnologia francesa havia sido usada pelo governo egípcio para matar civis.
A jornalista foi co-autora na série de investigações intitulada “Egypt Papers”, com cinco reportagens. Nelas, Lavrilleux escreveu que o Egito teria usado artefatos construídos com inteligência francesa, entre os anos de 2016 e 2018, para matar contrabandistas que circulavam pela fronteira do país com o Líbano. A mulher disse ainda que as forças francesas estavam presentes “em pelo menos 19 bombas” usadas contra civis no Egito, informou Ariane.
O advogado de Ariane Lavrilleux afirmou que a jornalista foi interrogada como parte de um inquérito sobre a segurança nacional, conduzido por agentes do Diretório Geral de Segurança Interna. Ela foi liberada após passar uma noite sob custódia. O site Disclose, que publicou as reportagens, reconheceu que os documentos incluíam informações secretas de segurança nacional, mas alegou que os compartilhou em nome do princípio fundamental da democracia: o direito à informação. Esse caso levanta questões importantes sobre o equilíbrio entre a liberdade de imprensa e a segurança nacional, e provavelmente será acompanhado de perto por organizações de defesa da liberdade de imprensa e grupos de direitos humanos.
Fonte: Extra