Agronegócio

Novas tendências e desafios para o setor de ovos

No mercado de ovos, as vendas estão concentradas em alguns parceiros, e o Brasil exporta principalmente ovos in natura, enquanto o mercado externo valoriza mais os produtos industrializados

Juliana Ferraz, pesquisadora do Cepea. Foto: Rafael Cavalli.

A pesquisadora Juliana Ferraz, do Cepea, trouxe insights sobre como impulsionar a avicultura de postura, destacando os desafios globais durante sua palestra na 4ª Conbrasul Ovos. O foco principal foi a necessidade de adaptação diante das transformações que ocorrem tanto no Brasil quanto no mundo.

Juliana ressaltou quatro pontos cruciais para o setor:

  • demanda por produtos sustentáveis;
  • bem-estar animal;
  • avanços tecnológicos;
  • geopolítica.

Um dos caminhos promissores apontados é o uso da inteligência artificial, cujos avanços dificilmente serão contidos, de acordo com a pesquisadora.

Em relação à demanda por produtos sustentáveis, Juliana destacou a importância de os consumidores saberem a origem dos produtos que compram. Ela ressaltou que acompanhar as demandas do consumidor é fundamental e mencionou as tendências de importação da Europa, que acabam estabelecendo padrões para seus parceiros comerciais. Inovar e repensar a distribuição são elementos-chave nesse contexto.

No que diz respeito à geopolítica, a pesquisadora fez um paralelo com a suspensão das importações de carne suína brasileira pela Rússia em 2017. Ela explicou que a Rússia vinha investindo para se tornar autossuficiente na produção de carne suína e, ao alcançar esse objetivo, reduziu significativamente as compras do Brasil. No entanto, o impacto foi amenizado pelo surto de Peste Suína Africana na China, que aumentou suas importações para suprir a demanda.

No mercado de ovos, a situação é semelhante, segundo Juliana. As vendas estão concentradas em alguns parceiros, e o Brasil exporta principalmente ovos in natura, enquanto o mercado externo valoriza mais os produtos industrializados, que são exportados em menor quantidade.

A pesquisadora ressalta a importância de acompanhar as exportações, mas enfatiza que a maior parte da produção de ovos fica no Brasil. Ela levanta a questão se a população brasileira está disposta a pagar mais por ovos produzidos de forma sustentável, considerando que em 44% dos estados brasileiros o rendimento per capita é inferior a um salário mínimo.

Dessa forma, Juliana destaca a necessidade de diversificação como uma estratégia importante para o Brasil. O país precisa se adaptar a um novo cenário geopolítico, pois as mudanças já estão ocorrendo. Para planejar o futuro, é essencial analisar o passado e observar o que está acontecendo no presente.

Com as informações fornecidas por Juliana Ferraz, fica evidente a importância de estar atento aos desafios e oportunidades da avicultura de postura, buscando soluções sustentáveis e alinhadas com as demandas do mercado global. A diversificação e a adoção de avanços tecnológicos, como a inteligência artificial, podem ser estratégias-chave para impulsionar o setor e garantir um futuro promissor para a avicultura de postura no Brasil.


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Fonte: Notícias Agrícolas.