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Reforma Tributária e LC 214/25 podem impulsionar agronegócio, mas geram alertas

As recentes mudanças na reforma tributária e a regulamentação da LC 214/25 apresentam potencial para fortalecer o agronegócio brasileiro, setor crucial para a economia. A avaliação é do advogado tributarista Ranieri Genari. Um dos principais avanços destacados por Genari é a redução de 60% nas alíquotas de IBS e CBS sobre insumos agropecuários. Essa medida …

As recentes mudanças na reforma tributária e a regulamentação da LC 214/25 apresentam potencial para fortalecer o agronegócio brasileiro, setor crucial para a economia. A avaliação é do advogado tributarista Ranieri Genari.

Reprodução / Freepik

Um dos principais avanços destacados por Genari é a redução de 60% nas alíquotas de IBS e CBS sobre insumos agropecuários. Essa medida deve diminuir significativamente os custos de produção no campo. O estímulo às exportações também é considerado positivo, com a suspensão tributária estendida às agroindústrias que exportarem produtos in natura em até 180 dias.

A manutenção da alíquota zero para alimentos essenciais e a não tributação de produtores com receita anual de até R$ 3,6 milhões são apontadas como benefícios para consumidores e pequenos produtores. Contudo, Genari alerta para o possível aumento do custo de compliance para produtores com receita superior a esse limite.

No caso das cooperativas, o novo texto garante crédito presumido nas aquisições de associados não contribuintes. No entanto, a tributação nas operações com o consumidor final ainda gera dúvidas.

A progressividade do ITCMD e a incidência de IBS e CBS sobre “doação com contraprestação” são pontos de atenção. Genari levanta a possibilidade de bitributação e discussões jurídicas semelhantes ao caso do ICMS na base de cálculo do PIS/Cofins.

O aumento da carga tributária no setor de serviços também pode impactar o agronegócio, elevando custos de produção com a contratação de serviços como colheita mecanizada. Genari ressalta a necessidade de vigilância e atuação das entidades representativas para garantir que os benefícios da reforma não sejam anulados por inseguranças ou aumento de custos indiretos.