Exportação

Governo do Estado e mineradora fazem estudos para primeira operação de exportação do Porto Piauí

O Governo do Estado, por meio da Investe Piauí e da Companhia Porto Piauí, está em discussões com a mineradora Lion Mining, localizada em Piripiri (PI), e a empresa asiática Rocktree Logistics para a realização da primeira operação de minério de ferro via transshipment no Porto de Luís Correia, ainda em 2024. A operação teste …

O Governo do Estado, por meio da Investe Piauí e da Companhia Porto Piauí, está em discussões com a mineradora Lion Mining, localizada em Piripiri (PI), e a empresa asiática Rocktree Logistics para a realização da primeira operação de minério de ferro via transshipment no Porto de Luís Correia, ainda em 2024. A operação teste consiste em transferir a mercadoria de um barco menor para um navio maior, em alto mar, trazendo agilidade e segurança na primeira operação do porto piauiense.

Em março deste ano, em missão internacional em Singapura, a Investe Piauí e a Rocktree Logistics assinaram memorando de entendimento (MoU). Desde então, a empresa asiática tem discutido a realização de transferência de cargas em alto mar no Piauí. Esse trabalho possibilitaria que, mesmo em um porto com um calado menor, as operações aconteçam e sejam mais rápidas.

Simultaneamente, a CIA Porto Piauí tem realizado reuniões e visitas à mineradora de Piripiri em planejamento para as primeiras operações do Porto Piauí. A presidente da companhia, Maria Cristina Araújo, aponta que a realização da operação já é viável, dependendo apenas de questões burocráticas para que ocorra.

“Toda operação portuária não demanda apenas do nosso interesse, mas também de autorizações de órgãos parceiros e fiscalizadores, como a Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq), Marinha do Brasil, Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), Receita Federal e afins. Temos tratativas diárias com todos para que essa operação teste possa acontecer em breve”, destacou a gestora.

Ainda segundo a presidente do Porto Piauí, a operação teste teria uma duração de seis meses, em que, ao longo desse período, ajustes seriam feitos a partir das recomendações dos órgãos fiscalizadores. “Seria um período para implementar e melhorar a operação. Dessa forma, quando tivermos todas as licenças definitivas, todos esses ajustes já teriam sido feitos e estaremos de acordo com as autoridades portuárias”, explicou Maria Cristina.

O diretor-geral da Lion Mining, Jader Fernandes, destacou a importância do Porto Piauí e da viabilização da operação de transshipment para a empresa e para o desenvolvimento do estado. “Esse porto representa muito para nós e para o Piauí. Ainda temos muitas cargas sendo escoadas por meio de portos vizinhos, o que gera mais custos aos produtores. Sendo assim, fica mais difícil empreender, crescer e contratar funcionários. O transshipment é algo que desejamos muito, pois viabilizaria mais operações, mercados, fretes mais baratos e uma maior margem de lucro. Sem dúvida, o nosso porto impactará em uma grande mudança socioeconômica no estado”, destacou o gestor.

Expansão da produção de minério de ferro

O minério de ferro é utilizado principalmente para a produção de aço em siderúrgicas, sendo uma matéria-prima indispensável em indústrias dos mais variados segmentos. Atualmente, a Lion Mining produz cerca de 1,5 milhões de toneladas de minério de ferro ao ano, tendo como principal comprador a China. Em setembro, a empresa completa um ano de exportações, com a estimativa de chegar a 1 milhão de toneladas exportadas neste mesmo período aos chineses, principais parceiros econômicos do Brasil.

Questionado sobre as vantagens competitivas da produção realizada em Piripiri, Jader Fernandes apontou o seu alto teor de ferro. “O município foi agraciado com jazidas com um teor de ferro acima de 60%, o que é bastante elevado. Isso totalmente natural, sem nenhum tipo de concentração. Além disso, as propriedades metalúrgicas desse material são muito boas. Então, é um produto muito bem aceito aqui e no mercado internacional”, explicou o diretor.

O diretor da Lion aponta que, com o Porto Piauí, a tendência é que a produção aumente, gerando mais empregos e renda à população. Atualmente, a mineradora conta com cerca de 200 colaboradores, dentre diretos e indiretos, sendo 80% deles de Piripiri e comunidades vizinhas. “Aumentando a nossa capacidade produtiva e de escoamento via Porto de Luís Correia, podendo chegar gradativamente em até mesmo 4 milhões de toneladas produzidas por ano, surgiria a necessidade de contratar mais pessoas, podendo chegar a mais de 1.000 profissionais aqui”, frisou o gestor.

Sobre a expansão do trabalho realizado pelo Lion Mining, Jader Fernandes explica que a empresa já tem outras jazidas de minério de ferro na região catalogadas e que estão sendo pesquisadas para que se iniciem a produção. “Já estamos abrindo uma segunda mina. Cada dia encontramos novas e as estudamos. A atividade de mineração é a que mais gera renda por hectare e o Piauí tem um grande potencial nesse setor. O minério de ferro é uma das commodities mais consumidas no mundo, então, temos explorado cada vez mais esse mercado e contaremos com a chegada do Porto Piauí para alavancar esse crescimento”, finalizou o diretor da Lion Mining.