
O Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) e o governo federal seguem incorrendo em equívoco com o Plano Clima, a poucos dias do início da COP30, que será sediada em Belém, no Pará. A crítica parte do presidente do Sistema Faesp/Senar, Tirso Meirelles.
Segundo Meirelles, o documento transfere a totalidade da responsabilidade pela redução das emissões nacionais de gases de efeito estufa para o agronegócio. A proposta exige que o setor diminua sua pegada ambiental em 54%, desconsiderando os progressos e benefícios já alcançados pelo setor ao longo das últimas décadas.
“[O Plano] não contabiliza nenhum processo de reestruturação, praticamente a parte organizacional das propriedades rurais, da conservação do meio ambiente, como é o caso do plantio direto, do plantio de floresta, da agricultura e pecuária regenerativas, das nossas APPs [Áreas de Preservação Permanente], as nossas reservas legais”, detalha.
Meirelles também sugere que o governo federal atribui ao agro a culpa pelo desmatamento por falta de capacidade de fiscalizar a prática em suas próprias terras devolutas.
“A agricultura é sustentável. Nós mantemos 66% das matas em nosso país. E desses 66%, 30% são o produtor que preserva com as suas APPs e reservas legais. Se nós monetizássemos isso, daria um trilhão de dólares”, pontua.
Ele enfatiza que o setor tem cumprido seu papel na conservação de áreas e na produção sustentável, tornando inconcebível que o governo culpe o produtor rural pelos impactos ambientais.
Fonte: Canal Rural.








