Cerca de 60% das pastagens brasileiras apresentam algum nível de degradação, segundo dados da Embrapa. Essa realidade representa um desafio crítico para a pecuária nacional, impactando diretamente na produtividade e na rentabilidade do setor. Para conter o avanço desse problema, especialistas reforçam a necessidade de encarar o pasto como um ativo estratégico, que exige gestão constante, investimentos e assistência técnica especializada.

Wayron de Castro, zootecnista da Soesp Advanced, afirma que o manejo inadequado, a falta de adubação, o uso incorreto da lotação animal, as mudanças climáticas, a compactação do solo e a escolha inadequada da forrageira estão entre os principais fatores que levam à perda de vigor das áreas de pasto. Um dos sinais mais visíveis da degradação é o surgimento de plantas daninhas, que indicam desequilíbrio no solo.
Para reverter esse cenário e evitar novas perdas, práticas como adubação periódica, rotação de pastagens, uso de tecnologias como drones e sensores, além da adoção de sistemas integrados como a Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF) têm ganhado espaço. Esses métodos ajudam a manter o vigor das áreas de pastejo e a reduzir os custos de produção ao longo do tempo.
Apesar do acesso crescente à tecnologia, Castro ressalta que o maior desafio ainda está no básico: um solo bem cuidado e um manejo correto. Ele destaca também a importância da capacitação das equipes e do apoio técnico especializado. “Quando o solo começa a receber mais incidência de luz, as invasoras germinam e se proliferam rapidamente. Isso mostra que a fertilidade está comprometida e exige ação imediata”, afirma.
Para o especialista, a tendência é de que práticas sustentáveis e o desenvolvimento de novas cultivares forrageiras ganhem ainda mais relevância nos próximos anos, oferecendo maior estabilidade e segurança ao produtor.