Apesar do avanço da biotecnologia na reprodução bovina, a inseminação artificial ainda é usada em apenas 20,4% das mais de 83 milhões de matrizes leiteiras e de corte no Brasil. Os dados são do relatório INDEX 2024, elaborado pela Associação Brasileira de Inseminação Artificial (Asbia) em parceria com o Cepea/USP.

Entre as inseminações realizadas, 91,8% foram por meio da Inseminação Artificial em Tempo Fixo (IATF). A técnica, que em 2002 representava só 1% do total, cresceu com base em ganhos reprodutivos, genéticos e econômicos. O método também impulsiona a sustentabilidade e a profissionalização da atividade pecuária.
Mesmo com custo médio inferior a R$ 100 por matriz e retorno estimado de R$ 6 para cada R$ 1 investido, a adesão à IATF ainda esbarra em limitações de infraestrutura e assistência técnica, especialmente entre pequenos e médios produtores. A monta natural segue como principal escolha nesses sistemas de produção.
Para especialistas, como o professor Pietro Baruselli, da FMVZ/USP, o grande desafio está em ampliar o acesso à informação e mostrar ao produtor rural que investir em genética e biotecnologia é essencial para garantir competitividade e resiliência diante das oscilações do mercado.