O Rabobank apresentou recentemente o Global Beef Quarterly Q1 2024, um estudo abrangente que investiga as dinâmicas do mercado de carne bovina em escala global. A edição, intitulada ‘Influência dos Consumidores nos Custos e Mudanças na Produção no Comércio Global de Carne Bovina’, destaca particularidades do cenário brasileiro.
Após alcançar o auge nas exportações em dezembro, as exportações brasileiras registraram uma queda sazonal em janeiro, mas ainda assim atingiram um recorde para o mês. Os volumes foram 13% superiores ao ano anterior, embora o preço médio tenha diminuído em 6%. A China permanece como o principal destino, representando 47% das exportações, mesmo com uma queda de 3% em relação ao ano anterior. Os EUA, como o segundo maior mercado importador, apresentam uma participação de 10%, após um aumento notável de 36% em relação ao ano anterior e um recorde mensal.
O Brasil obteve aprovação para exportar carne bovina para novos destinos em 2023, como Canadá, Indonésia, México e Rússia, sinalizando potencial impulso para as exportações futuras.
O fenômeno El Niño causou atrasos na oferta de carne bovina, embora os níveis ainda permaneçam acima da demanda. As chuvas melhoraram em diversas regiões produtoras, favorecendo a engorda do gado. Entretanto, a queda sazonal no consumo doméstico e o aumento no abate de fêmeas interromperam a recuperação dos preços do gado vivo, iniciada em dezembro de 2023. Dados parciais de fevereiro indicam uma redução de 4% nos preços em relação a janeiro.
Antecipa-se uma recuperação gradual do consumo doméstico após o Carnaval, mas um aumento no abate de fêmeas, atingindo o ápice em março, deve manter a pressão negativa sobre os preços do gado vivo. As condições sazonais nos próximos meses terão um impacto significativo nos preços da ração e do gado vivo, apresentando desafios para os participantes do mercado brasileiro de carne bovina.
Fonte: Agrolink