
O último trimestre de 2025 apresenta um desafio significativo para produtores focados em recria e engorda de gado. A disparidade entre o custo de aquisição de bezerros e bois magros, que ultrapassa o valor da arroba do boi gordo, eleva o investimento inicial para o novo ciclo de produção. Segundo análise do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), essa diferença impacta diretamente a relação de troca e aumenta os custos operacionais.
As principais praças de comercialização de gado indicam que, atualmente, os pecuaristas necessitam de um volume maior de arrobas de boi gordo para adquirir animais para reposição.
Na região do Triângulo Mineiro (MG), a aquisição de um bezerro em outubro (até o dia 28) demandou, em média, 9,92 arrobas de boi gordo. Este valor representa um aumento de 5,4% em relação ao mês anterior e um acréscimo expressivo de 41% comparado a outubro de 2024, quando eram necessárias 7,04 arrobas. Em Cuiabá (MT), a compra de um bezerro na média parcial exige 9,87 arrobas, com elevações mensais e anuais de 3,8% e 19,7%, respectivamente.
O cenário e suas causas
Conforme apontado pelo Cepea, o encarecimento dos bezerros é impulsionado pela oferta restrita de animais. Essa escassez é uma consequência do volume recorde de abate de fêmeas registrado no primeiro semestre, o que, por sua vez, limita o potencial de produção do setor de cria. No mercado de boi magro, a pressão sobre os preços, inversamente, vem de uma oferta mais abundante.
Adicionalmente, as condições climáticas adversas, com uma seca prolongada, restringiram a engorda em pastagens, direcionando a terminação para a modalidade de confinamento. Dados da DSM/Tortuga revelam que a taxa de ocupação dos confinamentos atingiu o pico histórico, superando em 18,5% o nível registrado em 2024.
Projeções para os meses vindouros
Diante do cenário de custos elevados para a reposição do rebanho, pesquisadores do Cepea alertam que os produtores iniciam o ciclo de recria e engorda com um investimento inicial consideravelmente maior. Dessa forma, a rentabilidade futura será determinante pela eficiência na gestão dos custos e pelas estratégias de comercialização do boi gordo.
Fonte: Canal Rural.






 
							   
							  

 
									



